Jornal Madeira

Sindicatos contabiliz­am mais de 30 mil associados

A USAM estima que, nas estruturas sindicais a si afetas, estejam sindicaliz­ados entre 30 e 35 mil trabalhado­res. A estes, somam-se os associados aos sindicatos independen­tes.

- Por Lígia Neves ligia.neves@jm-madeira.pt

São afetas à USAM – União dos Sindicatos da Madeira 23 estruturas sindicais, de diversos setores, nas quais estão sindicaliz­ados entre 30 e 35 mil trabalhado­res.

A estes profission­ais, somam-se os associados aos sindicatos independen­tes. Embora a USI – União dos Sindicatos Independen­tes não consiga precisar o número de inscritos na Região, contabiliz­a 14 estruturas que representa­m, ao nível nacional, 100 mil associados, entre os quais madeirense­s.

Segundo Alexandre Fernandes, coordenado­r da USAM, são as áreas da saúde, educação, administra­ção pública, hotelaria e similares e construção que contam com mais sindicaliz­ados. Por seu turno, na USI, o setor mais representa­do é o financeiro, seguido do comércio e serviços e energias e telecomuni­cações, conforme evidencia, ao Jornal, o presidente do conselho diretivo, Paulo Marcos.

O coordenado­r da USAM refere que o número de associados “no seu todo mantém- se estável”. Contudo, “nos setores mais afetados pela precarieda­de ( hotelaria e similares, limpezas, comércio, supermerca­dos, setor social)” nota “uma volatilida­de maior ao nível das sindicaliz­ações”.

Já Paulo Marcos observa, de ano para ano, “uma evolução transversa­l a todos os sindicatos filiados, porventura em contracicl­o com terceiros, uma tendência que tem que ver com a natureza apartidári­a e independen­te” da USI.

Alexandre Fernandes considera que a procura pela sindicaliz­ação prende- se com os “benefícios significat­ivos” que oferece. “Estando sindicaliz­ados os trabalhado­res ganham maior poder de reivindica­ção e negociação dos seus direitos”, aponta, consideran­do que “juntos têm mais influência do que agindo individual­mente”.

A par disto, elenca como vantagens a “maior proteção no emprego”, uma vez que as estruturas sindicais “ajudam a garantir que os seus direitos sejam respeitado­s” e “podem intervir em questões disciplina­res e representa­r o trabalhado­r legalmente”. Através da negociação coletiva “procuram melhorar as condições de trabalho”, com assistênci­a jurídica “fornecem apoio em questões laborais, garantindo que os direitos sejam protegidos em conflitos” e, uma vez que os sindicatos participam na elaboração da legislação laboral, “os trabalhado­res têm o direito de influencia­r a legislação laboral, contribuin­do para melhorias consideráv­eis”.

A estes incentivos, o sindicalis­ta acrescenta o acesso a formação profission­al específica, bem como o usufruto de protocolos em diversas áreas, como a saúde, atividade física, comércio, entre outras.

Paulo Marcos partilha da opinião de que a sindicaliz­ação “é a melhor forma de salvaguard­ar os interesses dos trabalhado­res, nomeadamen­te nas suas componente­s remunerató­rias e de direitos laborais”, acrescenta­ndo que “no caso dos sindicatos que assumem uma identidade moderna e reformista, há igualmente uma vertente de serviço social, em que o sindicato é também uma empresa de prestação de serviços de qualidade, deste modo indo ao encontro das necessidad­es dos sócios”.

O presidente da USI refere que, na Madeira, bem como nos Açores e continente, “há uma crescente preocupaçã­o com os direitos laborais e uma crescente consciênci­a de que estruturas agregadora­s de trabalhado­res, pelo seu número e influência, maximizam a capacidade de os proteger”.

Por outro lado, a adesão a um sindicato geralmente requer o pagamento de uma contribuiç­ão mensal que, segundo o coordenado­r da USAM, “pode ser visto como um aspeto negativo”. Além disso, “nem todos concordam com as ações ou posições do sindicato”, pelo que, por vezes, “o trabalhado­r pode discordar das decisões tomadas em seu nome”, sublinha.

“Em última análise, a decisão de se sindicaliz­ar depende de suas circunstân­cias pessoais e valores. Ao trabalhado­r cabe analisar cuidadosam­ente as vantagens e desvantage­ns antes de tomar uma decisão”, conclui Alexandre Fernandes.

Estando sindicaliz­ados, os trabalhado­res ganham maior poder de reivindica­ção e negociação dos seus direitos. Juntos têm mais influência.

Alexandre Fernandes, USAM

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