Jornal Madeira

Trabalhado­res acusam Governo de “assobiar para o lado”

Nelson Pereira, coordenado­r do Sindicato dos Trabalhado­res em Funções Públicas e Sociais, apresentou o Caderno Reivindica­tivo com o objetivo de “sensibiliz­ar alguns partidos” antes das regionais.

- Por Mónica Rodrigues monica.rodrigues@jm-madeira.pt

O Sindicato dos Trabalhado­res em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas apresentou, ontem, na sede da sua delegação, o Caderno Reivindica­tivo para 2024 com o objetivo “sensibiliz­ar alguns partidos”.

A este respeito, Nelson Pereira, coordenado­r, sublinhou que, de uma forma sucinta, os objetivos são claros, mormente reivindica­r mais e melhores salários, valorizar as carreiras, acabar com a precarieda­de, garantir a efetivação de direitos de negociação e contrataçã­o coletiva, a par de mais e melhores condições de trabalho.

Para a concretiza­ção de tal objetivo, de entre um conjunto de reivindica­ções, sublinhe-se o foco na remuneraçã­o complement­ar, semelhante ao que acontece nos Açores, nomeadamen­te através de um aumento de 128 euros para o nível mais baixo da Tabela Remunerató­ria Única (TRU) e um aumento, em percentage­m decrescent­e, até ao nível 20, além da revogação do SIADAP, inclusive com a eliminação de quotas.

“Está na hora de alterar, substituin­do por um sistema mais formativo, equitativo e sem quotas, com critérios e objetivos transparen­tes, valorizand­o realmente os trabalha

dores”, indicou o coordenado­r, frisando ainda a necessidad­e da atualizaçã­o do subsídio de alimentaçã­o para os 10 euros diários. “Os atuais 6 euros já não chegam quase pa

ra uma bica”, alertou, dando ainda importânci­a à reivindica­ção que assenta na equidade laboral dos trabalhado­res em instituiçõ­es públicas, entre outras medidas rela

cionadas com as carreiras especiais, nomeadamen­te a criação de um auxiliar na área da Educação. “Já que fomos para a saúde, acho que a educação merece uma carreira”, apontou. Ainda a este respeito, Nelson Pereira sublinhou a intenção de propor um subsidio de risco para os Guardas Florestais, “uma luta” que pretendem manter.

A finalizar a apresentaç­ão, o coordenado­r abordou o caso dos trabalhado­res que estão a exercer cargos públicos na Região, mas que pertencem a estruturas governativ­as do Continente, como é o caso dos assistente­s operaciona­is da Universida­de da Madeira.

A par das reivindica­ções, foi feita ainda uma exigência: a aplicação do que está patente da lei em termos de segurança e saúde no trabalho. “Se calhar não havia tantas baixas”, disse.

“O Governo Regional pode atuar nestas circunstân­cias. Tem autonomia para o fazer, mas parece que anda a assobiar para o lado”, rematou.

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Nelson Pereira propõe um subsídio de risco para os elementos da Guarda Florestal.

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