Sánchez continuará à frente do Governo
O primeiro-ministro de Espanha, o socialista Pedro Sánchez, anunciou ontem que continuará à frente do Governo do país, numa declaração em Madrid, no Palácio da Moncloa, a sede do Governo.
"Decidi continuar. E continuar com mais força, se é possível, à frente do Governo de Espanha", afirmou.
Sánchez revelou que ponderava demitir-se na quarta-feira passada, no dia em que um tribunal de Madrid confirmou a abertura de um “inquérito preliminar” por alegado tráfico de influências e corrupção da sua mulher, Begoña Gomez, na sequência de uma queixa de uma organização conotada com a extrema-direita baseada em alegações e artigos publicados em páginas na Internet e meios de comunicação digitais.
O Ministério Público pediu no dia seguinte o arquivamento da queixa, por considerar não haver indícios de delito que justifiquem a abertura de um procedimento penal.
O líder do Partido Socialista espanhol (PSOE) e do Governo de Madrid reiterou hoje que ele próprio e a família estão há anos a ser vítimas de “um assédio” e uma "campanha de descrédito" dos seus adversários políticos, com base em boatos e mentiras que são levadas para o debate político, e apelou è reflexão sobre a "degradação da vida pública" em Espanha e à mobilização social "pela dignidade" e contra "a política da vergonha".
"Andamos há demasiado tempo a deixar que o lodo colonize impunemente a vida política e a vida pública, contaminando-nos de práticas tóxicas", afirmou.
Sánchez defendeu que não se pode permitir que "as mentiras mais grosseiras substituam o debate com respeito baseado em evidências".
"Ou dizemos 'basta' ou esta degradação da vida pública vai determinar o nosso futuro condenando-nos como país", afirmou.
O líder do Governo espanhol sublinhou que não está em causa "o legítimo debate sobre opções políticas", mas "as regras do jogo".