Jornal Madeira

Tá vivo! 42 anos de sucesso

- ‘SE FOSSE PARA CAVAR, NINGUÉM VINHA’ JOÃO VIEIRA Jogador de Póquer ANDRÉ GONÇALVES Médico Dentista

Reza a lenda, que certo dia, perguntara­m a um grande Maritimist­a o que é que ele queria que dissessem sobre si, no dia do seu funeral. Ao que o craque respondeu: "O que é que eu queria que dissessem no dia do meu funeral? ´Tá vivo, ´tá vivo!". Estávamos no minuto 67, e o Marítimo estava neste momento deitado na campa, com as ultimas orações a serem feitas em memória da época 2324. Qualquer resultado que não fosse a vitória nos 20 minutos que faltavam, e já podiam começar a jogar terra para cima da esperança de subir. Muita gente nos Barreiros já estava de pá na mão. Mas, num golpe cinematogr­áfico, a equipa disse "Hoje não" à morte do sonho, e o menino da terra vestiu a pele de herói pela segunda vez esta época. O Marítimo está vivo, pelo menos, durante mais uma semana.

Dito isto, o golo do Berny não ganhou a Champions, nem nos fez subir. Continuamo­s a 5 do Nacional, e se o AVS ganhar, a operação correu bem mas o doente ainda tem um tumor terminal. A reviravolt­a foi fantástica, com personalid­ade e qualidade, mas o jogo não. Estivemos, mais uma vez, num mar de problemas com um dos últimos em casa. Nem tudo está nem esteve bem, e talvez a época acabe num funeral em São Martinho e não numa festa na Praça do Colégio. Mas, esse momento ainda não chegou!

No fim da época, fazemos as contas e críticas, e aproveitam­os para passar um balde de tinta e um Dum Dum nos balneários do Imaculada Conceição. Mas, por enquanto os 3 da frente ainda não fizerem 66 pontos. Estamos vivos. E enquanto estivermos vivos, lutamos. Depois do jogo de ontem, a equipa mostrou, sem sombra para dúvidas, que vai dar tudo até ao último minuto do último jogo.

É até ao fim, Marítimo, é até ao fim!

Obrigado Jorge Nuno Pinto da Costa, o presidente que fez do meu clube o melhor em Portugal e um dos melhores do mundo a nível de títulos internacio­nais. É o fim de uma era de sucesso a que me habituei desde que nasci, agora com muita esperança numa renovação feita com pés e cabeça.

O fim do jogo no Dragão rimou com desilusão. Mais uma vez, o Porto entrou forte num clássico, marcou cedo e dominou claramente os acontecime­ntos chegando ao intervalo a ganhar por 2-0. Para não variar, porque não há ambição para mais, o Sérgio Conceição abdicou do ataque na segunda parte e limitou-se a ver jogar o Sporting. Mas não era o mesmo Sporting apático da primeira metade, era o Sporting fortalecid­o com o Gyökeres e o avançado sueco fez toda a diferença com dois golos no espaço de um minuto e empatou o jogo. Esse fatídico minuto fez a diferença entre uma vitória que seria moralizado­ra e um empate que foi amargo e frustrante.

Isto não é o Porto. O Taremi não é jogador do Porto. Desperdiça­r uma vantagem de dois golos e agora chorar um empate que reacende a luta pelo terceiro lugar não é para o Porto. Isto é apenas o que sobra de uma equipa sem hipóteses de lutar pelo título. Salva-se a grande exibição do miúdo Martim Fernandes, um lateral incrível que se estreou, e bem, no onze dos dragões.

A despedida do presidente Pinto da Costa e a coroação do André Villas-boas mereciam outro resultado e uma clara demonstraç­ão de força azul e branca. Aguardemos com serenidade as cenas dos próximos capítulos!

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