Men's Health (Portugal)

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Conte-nos lá como é interpreta­r um dos maiores chauvinist­as da história masculina?

Havia algo por detrás do jeito desbocado e alarve dele. Eu tinha 10 anos quando o jogo aconteceu e mesmo nessa altura eu sabia que o Bobby Riggs estava a desempenha­r um papel. Ele copiou o estilo de Muhammad Ali. Não acredito que ele fosse chauvinist­a. Quando falei com a Billie Jean King pareceu-me que ela pensava da mesma forma, ou seja, que aquilo era tudo a fingir.

Hoje em dia, o que diria a um tipo como Bobby Riggs?

Custa-me a acreditar que, nos dias de hoje, haja alguma pessoa como Bobby Riggs. Penso que a pessoa mais próxima deste estilo seria um lutador de wrestling ou até Conor McGregor, que sabe abusar. Isto são pessoas que vão ao limite em termos de promoção pessoal e conseguem atingir o máximo de atenção pelo que estão a fazer. No mesmo sentido, Michael Scott (a personagem de Carell em The Office) também dizia enormes disparates e coisas feias, mas não era má pessoa. Apenas não usava filtros e estava mal informado.

E você, alguma vez perdeu contra uma mulher num desporto? Continuo a jogar hóquei na Califórnia e uma das equipas da nossa liga é totalmente feminina. E são mais as vezes que elas nos ganham do que nós a elas. Ao contrário da minha equipa, elas sabem mesmo jogar em equipa. Até têm jogadas estudadas, algo que nós nem sabemos o que é. E a minha mulher também me dá valentes tareias no ténis. Com muita frequência!

MEN’S HEALTH:

STEVE CARELL:

Deduzimos então que não tem o orgulho masculino ferido? Não, só mesmo o orgulho humano. Quem é que gosta de perder?

Mas já me habituei à ideia. Sou competitiv­o, mas não deixo uma derrota estragar o meu dia. Ganhe ou perca, é apenas um jogo.

O que aprendeu ao contracena­r com Emma Stone, Tina Fey, Kristin Wiig e tantas outras mulheres fortes?

Não me limito a dizer que trabalhei com mulheres “fortes ou poderosas”. Eu trabalhei com excelentes pessoas. Não gosto de rótulos. Não se trata de ser uma coisa homem-mulher, mas sim de respeito humano. Não me deixo intimidar por pessoas inteligent­es, divertidas ou talentosas. Eu admiro pessoas assim, quero trabalhar com elas e aprender o mais que puder. Isso é que é excitante.

Como veterano da depilação a cera (todos nos lembramos do filme sabe como aceitar uma humilhação de forma a apresentar uma melhor versão de si mesmo.

Sou um grande maricas. Aquilo dói mesmo, mas nem há comparação com o que a minha mulher sofreu ao dar à luz. Isso é que é uma dor heroica. Não há nada mais divertido do que ter os amigos a rirem-se de nós quando estamos a sofrer. É uma coisa masculina. Os homens adoram ver os amigos com dores. (risos) A dada altura, Romany Malco teve de sair da sala porque estava sentir-se mal. É que o meu peito já estava a sangrar.

Então, recomenda a depilação, mas só com amigos por perto? Claro! É sempre bom termos amigos a rirem-se de nós!

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