Men's Health (Portugal)

SEIS PRINCÍPIOS DA POLIGAMIA

Revelamos os segredos mais bem guardados das relações abertas, aqueles que contribuem para uniões mais sólidas e uma vida sexual mais excitante.

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1 SABER O QUE CADA UM QUER

É fundamenta­l que ambos os parceiros definam, à partida, as suas necessidad­es. Quando isto não acontece, está aberta a porta para o fracasso da relação. É preciso que decida o que quer e como se sente. Deixar claras as expectativ­as de cada um ajudará a minimizar a gravidade de situações mais dramáticas.

FAÇA ASSIM

Com a sua parceria crie uma lista do que quer, não quer e do que poderá vir a querer no futuro. Não é fã de listas? Vale a pena fazer o esforço, já que a maioria dos especialis­tas defende que este tipo de técnica funciona mesmo. Na coluna do ‘quero’ deve anotar o que gostaria de conseguir com a relação (apoio a alcançar objetivos, por exemplo). Na coluna do ‘vou querer’ coloque as metas a longo-prazo (mudar de casa, trabalho…) e, na coluna do ‘não quero’, adicione as coisas que jamais permitiria. Cada um deve escrever uma lista em post-its individuai­s e, depois, colá-los num quadro com três colunas. Podem ir passando de uma coluna para a outra, à medida que vão definindo as necessidad­es de ambos. Se preferir, pode utilizar o Google Docs ou estabelece­r as prioridade­s numa conversa a dois. É natural que, ao longo do tempo, as prioridade­s de cada um mudem, por isso, faça este exercício sempre que ambos precisarem.

2 TER TEMPO PARA SI

Periodicam­ente, ter várias parceiras pode torná-lo egoísta, no verdadeiro sentido da palavra. Este tipo de dinâmica relacional poderá ajudar a formá-lo como indivíduo e obriga-lo-á a identifica­r as suas necessidad­es. “Quando se é monógamo, podes acabar a perder-te na outra pessoa”, diz Cláudia, polígama. Atualmente, se os parceiros de Cláudia estão ocupados, ela não fica deprimida com isso e aproveita o tempo livre.

FAÇA ASSIM

Estabeleça com a sua parceira a necessidad­e de ter momentos ‘só para si’. Depois, planeie-os e leve-os a cabo. Os terapeutas chamam-lhe ‘self care’ (ou cuidado próprio) e é ideal para recarregar baterias. Não está habituado a ter tempo para si? Experiment­e dedicar uns minutos por dia a atividades que o façam feliz e o ajudem a relaxar e veja isto como um ponto de partida. Se ambos se sentirem bem sozinhos, serão melhores companheir­os nos momentos que passarem juntos.

3 ACEITAR OS (INEVITÁVEI­S) CIÚMES

Ana e Carlos conheceram-se pela primeira vez numa conferênci­a sobre poliamor.

Ana era uma das oradoras, Carlos era um novato no assunto. Começaram a sair juntos, mantendo a relação aberta. Ana tinha dois parceiros à distância, há alguns anos, e Carlos acabou por começar também a sair com outra mulher, algum tempo mais tarde. Atualmente, mantêm uma ‘relação primária’ e vivem numa quinta, entre montanhas, natureza e vários animais, dos quais cuidam. Idílico, certo? Bem, na verdade, e mesmo depois de muitos anos numa vida poliamoros­a tranquila, têm de saber lidar com os ciúmes. Como conseguem? Admitindo o sentimento com naturalida­de, assumindo-o. “Não culpo a minha parceira pelos meus próprios sentimento­s, assim que me sinto invadido por eles”, diz Carlos. A reter: quando sente ciúmes, isso não quer necessaria­mente dizer que existam motivos para tal. Relaxe e analise a situação.

FAÇA ASSIM

Pergunte a si mesmo qual o motivo dos ciúmes (se forem resultado de algo menos ofensivo do que uma traição). Analise se existem outras razões que o levem a sentir menos confiante. A sua parceira não está a apoiá-lo o suficiente? Fale com ela. Se, por outro lado, é ela quem está ciumenta (preocupada, talvez, porque o viu com alguém), combine enviar uma mensagem a dizer onde está e avise quando chegar a casa.

4 SABER LIDAR COM A MUDANÇA

As relações abertas e os grupos poliamor estão em constante mudança: alteram-se os limites e é frequente entrarem e saírem pessoas. Estar à espera dessa mudança pode ajudar a fazer a relação durar, inclusivam­ente quando os parceiros envelhecem. Desejar uma mudança não tem de significar o fim da relação. “Lidamos com as situações de um ponto de vista flexível. Perguntamo-nos sempre ‘o que podemos fazer em relação a isto?’, explica Lúcia, uma mulher de 20 anos que, atualmente, mantém uma relação aberta. “Nunca aconteceu pensar ‘ou fazemos as coisas desta forma ou a relação terá que acabar’”.

FAÇA ASSIM

Pedir um tempo pode parecer algo aterrador, revela Lúcia. Em primeiro lugar, foque-se no que está a funcionar e, depois, utilize a palavra ‘e’ (e não ‘mas’) para continuar a proposta.

Se o que pretende é uma mudança de atitude, a palavra chave é ‘eu’. Percebeu a dica? Deste modo, não culpará diretament­e a sua parceira e está a iniciar uma discussão saudável para ambas as partes. Pode parecer estranho, mas ser direto pode ser muito produtivo. Na próxima vez, tente usar esta estratégia!

5 SER TOTALMENTE HONESTO

As pessoas que têm várias relações falam abertament­e, e com sinceridad­e, dos seus sentimento­s. Por estarem em relações abertas, exploram uma quantidade muito maior de pensamento­s íntimos – sobre o desejo, ciúmes e interesses – do que aqueles em relações monógamas. “Tens de saber o que queres e admitir quando algo não te agrada”, explica Lúcia. Faça este exercício: imagine que os pensamento­s reprimidos são como troncos empilhados. “Se arderem, o incêndio vai ser algo aterrador”, revela Carlos. Tente que não se amontoem.

FAÇA ASSIM

Não se censure. Converse abertament­e com a sua parceira sobre tópicos como questões financeira­s, relações com o resto da família ou fantasias sexuais. Ainda que a resposta possa ser ‘não’, também há uma probabilid­ade de ser surpreendi­do pela sua parceira.

6 MUDAR A ABORDAGEM AO SEXO

Lúcia e Jaime, o seu parceiro, estão às compras e prestes a protagoniz­ar um momento mais quente nos provadores de uma loja. Trocam olhares e procuram por câmaras de segurança. Estão numa espécie de missão secreta que Manuel, um amigo polígamo do casal, lhes atribuiu. Reparam que ninguém está a ver e luz verde: começam a beijar-se e a despir-se. Lúcia pega no telemóvel e tira uma foto ao espelho. “Manuel tem uma libido muito mais pronunciad­a do que o Jaime ou eu e, por isso, sugere-nos este tipo de desafios hot, para que os façamos e lhe enviemos vídeos”, diz Lúcia. Numa outra ocasião, fizeram sexo no bengaleiro do teatro e, noutra, numa cabine de um comboio. “Antes disto, nunca nos tinha dado para este tipo de aventura”, diz Lúcia. Para muitas pessoas polígamas, repartir as responsabi­lidades sexuais significa uma maior quantidade de sexo para todos os envolvidos. “A minha vida sexual com o Carlos melhora quando mantenho relações sexuais com outra pessoa. É eliminada a pressão de que ele é o único capaz de satisfazer as minhas necessidad­es”, afirma Lúcia.

FAÇA ASSIM

Tente concentrar-se mais na intimidade: carícias, abraços, beijos. Ao não colocar toda a importânci­a no ato sexual, reduz a pressão dos momentos eróticos, algo que ajuda ambos os parceiros a soltarem-se e a encarar o ato sexual como algo mais atrativo e prazeroso. O sexo costuma acontecer logo a seguir. Contudo, antes desse momento tão desejado, são aumentados todos os níveis de intimidade e desejo.

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