Toda a verdade sobre os alimentos processados
Os alimentos processados são todos iguais? Não. São todos os alimentos processados prejudiciais à saúde? Também não.
A nutricionista Ana Esteves revela toda a verdade sobre os considerados ‘vilões’ do momento. Ter uma alimentação saudável é a mais certeira das estratégias para se ter saúde – e da boa! E é uma tarefa bem mais simples do que pensa: Variedade, equilíbrio, consciência e personalização (tendo em conta as necessidades de cada pessoa) são as chaves do sucesso.
“Todos temos três vidas: a pública, a privada e a secreta”.
—Gabriel García Márquez
“I“Idealmente, devemos optar por alimentos provenientes diretamente da Natureza, na sua época, aproveitando a sua riqueza nutricional e o facto de não terem aditivos ou sofrerem processamento”, refere a nutricionista Ana Esteves. Contudo, “a grande maioria dos alimentos que se consomem nos dias de hoje passam por algum tipo de processamento”. Mas isso não tem de ser necessariamente mau – tudo depende das escolhas que são feitas.
E é aqui que surge a pergunta: O que são, afinal, os alimentos processados? “Os alimentos processados são alimentos que sofreram algum tipo de transformação propositada, que não provêm diretamente da Natureza”, começa por explicar a especialista.
“Muitos dos alimentos processados são pobres nutricionalmente, com excesso de açúcar, gordura, sal e com adição de corantes, adoçantes, estabilizadores e emul-
sionantes”. Falamos, por exemplo, das bolachas, das batatas fritas de pacote, das barras de cereais, dos pães industrializados, etc. Mas não só.
Segundo a FDA - Food and Drug Administration (agência norte-americana que regula os setores alimentar e farmacêutico), os alimentos processados não são apenas aqueles que se comercializam em embalagens - e, sim, pode ficar espantado, o mundo dos alimentos processados vai muito além dos pacotes de batatas fritas, das bolachas ou das refeições pré-confecionadas.
“Também são considerados alimentos processados, aqueles que tenham sido: enlatados, descascados (à exceção das nozes), fatiados, triturados, picados, congelados, cozinhados, pasteurizados, homogeneizados ou que tenham sido submetidos a irradiação, moagem ou corte. Por esta razão, tanto são considerados alimentos processados o pescado congelado como as batatas fritas de pacote, tendo estes efeitos na saúde claramente diferentes”, destaca.
Na prática, esclarece a nutricionista com base no Guia Alimentar para a População Brasileira, “os alimentos são categorizados em quatro tipos, de acordo com o seu grau de processamento: alimentos in natura, alimentos minimamente processados, alimentos processados e alimentos ultraprocessados” – sendo que, frisa, “estes últimos são os mais prejudiciais e devem ser eliminados da alimentação diária”.
“Os alimentos in natura são obtidos diretamente de plantas ou de animais, sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a Natureza (é o caso das folhas, dos frutos e dos ovos)”. Já os alimentos minimamente processados são alimentos in natura que “passam por pequenas alterações antes de serem vendidos (são exemplos o pescado congelado e o leite pasteurizado). São ainda considerados aqueles que são extraídos dos in natura ou diretamente da Natureza (como os óleos, as gorduras, o açúcar e o sal)”.
“Os alimentos processados são produtos obtidos através da adição de sal ou açúcar a um alimento in natura ou minimamente processado (como acontece com os legumes em conserva, frutas em calda, queijos e pães)”, continua.
Por fim, “os alimentos ultraprocessados correspondem a produtos cuja fabricação envolve diversas etapas e técnicas de processamento e vários ingredientes, muitos deles de uso exclusivamente industrial”, sendo os refrigerantes, as batatas fritas e as bolachas alguns exemplos bem conhecidos dos dias de hoje.