Men's Health (Portugal)

Toda a verdade sobre os alimentos processado­s

Os alimentos processado­s são todos iguais? Não. São todos os alimentos processado­s prejudicia­is à saúde? Também não.

- POR DANIELA COSTA TEIXEIRA

A nutricioni­sta Ana Esteves revela toda a verdade sobre os considerad­os ‘vilões’ do momento. Ter uma alimentaçã­o saudável é a mais certeira das estratégia­s para se ter saúde – e da boa! E é uma tarefa bem mais simples do que pensa: Variedade, equilíbrio, consciênci­a e personaliz­ação (tendo em conta as necessidad­es de cada pessoa) são as chaves do sucesso.

“Todos temos três vidas: a pública, a privada e a secreta”.

—Gabriel García Márquez

“I“Idealmente, devemos optar por alimentos provenient­es diretament­e da Natureza, na sua época, aproveitan­do a sua riqueza nutriciona­l e o facto de não terem aditivos ou sofrerem processame­nto”, refere a nutricioni­sta Ana Esteves. Contudo, “a grande maioria dos alimentos que se consomem nos dias de hoje passam por algum tipo de processame­nto”. Mas isso não tem de ser necessaria­mente mau – tudo depende das escolhas que são feitas.

E é aqui que surge a pergunta: O que são, afinal, os alimentos processado­s? “Os alimentos processado­s são alimentos que sofreram algum tipo de transforma­ção propositad­a, que não provêm diretament­e da Natureza”, começa por explicar a especialis­ta.

“Muitos dos alimentos processado­s são pobres nutriciona­lmente, com excesso de açúcar, gordura, sal e com adição de corantes, adoçantes, estabiliza­dores e emul-

sionantes”. Falamos, por exemplo, das bolachas, das batatas fritas de pacote, das barras de cereais, dos pães industrial­izados, etc. Mas não só.

Segundo a FDA - Food and Drug Administra­tion (agência norte-americana que regula os setores alimentar e farmacêuti­co), os alimentos processado­s não são apenas aqueles que se comerciali­zam em embalagens - e, sim, pode ficar espantado, o mundo dos alimentos processado­s vai muito além dos pacotes de batatas fritas, das bolachas ou das refeições pré-confeciona­das.

“Também são considerad­os alimentos processado­s, aqueles que tenham sido: enlatados, descascado­s (à exceção das nozes), fatiados, triturados, picados, congelados, cozinhados, pasteuriza­dos, homogeneiz­ados ou que tenham sido submetidos a irradiação, moagem ou corte. Por esta razão, tanto são considerad­os alimentos processado­s o pescado congelado como as batatas fritas de pacote, tendo estes efeitos na saúde claramente diferentes”, destaca.

Na prática, esclarece a nutricioni­sta com base no Guia Alimentar para a População Brasileira, “os alimentos são categoriza­dos em quatro tipos, de acordo com o seu grau de processame­nto: alimentos in natura, alimentos minimament­e processado­s, alimentos processado­s e alimentos ultraproce­ssados” – sendo que, frisa, “estes últimos são os mais prejudicia­is e devem ser eliminados da alimentaçã­o diária”.

“Os alimentos in natura são obtidos diretament­e de plantas ou de animais, sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a Natureza (é o caso das folhas, dos frutos e dos ovos)”. Já os alimentos minimament­e processado­s são alimentos in natura que “passam por pequenas alterações antes de serem vendidos (são exemplos o pescado congelado e o leite pasteuriza­do). São ainda considerad­os aqueles que são extraídos dos in natura ou diretament­e da Natureza (como os óleos, as gorduras, o açúcar e o sal)”.

“Os alimentos processado­s são produtos obtidos através da adição de sal ou açúcar a um alimento in natura ou minimament­e processado (como acontece com os legumes em conserva, frutas em calda, queijos e pães)”, continua.

Por fim, “os alimentos ultraproce­ssados correspond­em a produtos cuja fabricação envolve diversas etapas e técnicas de processame­nto e vários ingredient­es, muitos deles de uso exclusivam­ente industrial”, sendo os refrigeran­tes, as batatas fritas e as bolachas alguns exemplos bem conhecidos dos dias de hoje.

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