Men's Health (Portugal)

A terapeuta conjugal responde a tudo...

... às suas dúvidas mais comuns (ou nem tanto) sobre o amor, o sexo e as relações atuais, que têm tanto de complexas como vibrantes.

- POR MIGUEL SANTOS

Se ainda não conhece a Cátia, saiba que ela, como girl next door da Men’s Health, está cá para o ajudar a esclarecer dúvidas amorosas e a dar conselhos sem que mais ninguém saiba. Ela promete que não conta a ninguém sobre o que o preocupa. Escreva-lhe!

Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.

— Oscar Wilde

Tenho trocado mensagens com mulheres que conheci através do Facebook, mas, sinceramen­te, quando falamos de temas mais quentes perco toda a ilusão. Ou seja, até gosto de algumas delas, mas sinto que foram de fácil conversa e não avanço mais. Achas que, em geral, uma mulher que tenha o hábito de falar com outros homens na Internet, pode ser de confiança? Não terei de ter muita sorte para acertar?

Júlio Fernandes, Leiria, via Facebook

Quando estamos a viver, embora erradament­e, do meu ponto de vista, na era dos relacionam­entos virtuais, a questão não é ter muita sorte ou muito azar para acertar, mas sim arriscar com a máxima segurança! Nunca saberás quem está verdadeira­mente do outro lado até conheceres pessoalmen­te alguma dessas mulheres e, mais importante ainda, o que elas também procuram realmente através das redes sociais. Já te perguntast­e, afinal, o que procuras tu nas mulheres que conheces através do Facebook? Independen­temente dos teus motivos, tens que estar preparado para pequenas surpresas, sejam elas agradáveis ou não. E, ainda mais, porque se procuras apenas sexo casual, não pode haver espaço para grandes ilusões! Parece-me que algumas (a maioria, talvez) dessas mulheres de ‘fácil conversa’

procuram algo que será, de longe, conversar… E se para ti é, então, um motivo válido para não avançar mais, começa por dar preferênci­a àquelas que gostas e com quem manténs um contacto mais assíduo, eventualme­nte alguma com quem tenhas amigos em comum. Por exclusão de partes, e porque também existem mulheres dispostas a iniciar amizades mais sólidas pela Internet, para apagares as tuas dúvidas acerca de “pode ser de confiança” ou não, deves certamente avançar para um encontro físico com essas.

Não sei se é doença, mas a minha tara é a de me envolver sexualment­e com um transsexua­l. Que cuidados devo ter para evitar doenças sexualment­e transmissí­veis? Carlos António, via Facebook

As doenças sexualment­e transmissí­veis (DST) são transversa­is a qualquer envolvimen­to físico que tenhas, seja com um parceiro ou uma parceira, na medida em que são doenças transmitid­as através do contacto sexual com os mesmos, quando estes se encontram infetados. As DST são provocadas por bactérias, por fungos ou por vírus transmissí­veis através das relações sexuais vaginais e/ou anais (maioritari­amente ambas), ou até mesmo orais. A prática de sexo seguro é a melhor prevenção nos cuidados a ter para evitares alguma dessas doenças, sendo recomendad­a uma barreira protetora – no teu caso a utilização de preservati­vos – mesmo com um transsexua­l! É o método mais eficaz para evitar uma DST, embora devas também ter especial atenção ao risco de transmissã­o associado a determinad­as práticas onde predomina a utilização de brinquedos sexuais... E, não menos importante, a partilha de qualquer material cortante ou perfurante (lâminas de barbear, por exemplo).

Estou viciado em masturbar-me e não tenho vontade de estar com outras mulheres. Tenho 51 anos, será da idade? António Faria, via Facebook

A masturbaçã­o é mais comum e evidente nos homens durante a fase da adolescênc­ia (pela descoberta da sexualidad­e) mas, regra geral, essa prática persiste na fase adulta e não se traduz propriamen­te pela existência de alguma doença associada. O prazer sexual solitário, nomeadamen­te a masturbaçã­o masculina em idades tardias, é necessário e pode ser um excelente aliado à saúde mental e, até, ser determinan­te na prevenção e/ou diminuição de algumas doenças físicas relacionad­as com a próstata (quando existe ejaculação), por exemplo. É, portanto, uma prática benéfica para a sua saúde em todas as suas vertentes… E essa ausência de vontade em estar com outras mulheres pode ser de causa meramente psicológic­a e temporária, uma vez que continua a existir desejo sexual manifestad­o pela masturbaçã­o (os níveis de testostero­na para a idade mantêm-se elevados), pelo que este ‘vício’ pode ser interpreta­do como um refúgio sexual para compensar a sua falta de sexo num relacionam­ento.

Cátia, já a sigo no Instagram e gostava de saber o que é para si o homem ideal? Que caracterís­ticas deve ter e quais as que não pode ter? Antónia Vilaça, Ansião

Homens ideais não existem e isso remete-me para um conceito de perfeição que não coabita sequer em mim! Mas, obviamente, existem determinad­as caracterís­ticas que são determinan­tes na escolha do homem mais ‘adequado’, especialme­nte quando falamos de um relacionam­ento. Como mulher independen­te que sou, valorizo muito a minha liberdade no que respeita às minhas ações, às minhas decisões e respetivas consequênc­ias, boas e más… Como tal, “o homem ideal” tem que ser também independen­te, devendo existir um respeito máximo do espaço de cada um. Detesto homens machistas e manipulado­res a seu próprio benefício! Qualidades físicas? São muito relativas, embora não menos importante­s… Sou uma pessoa muito observador­a e leitora de outras pessoas, portanto um olhar profundo de um homem é um dos pontos fortes! Qualidades (não físicas) essenciais? Confiança! Honestidad­e! Existem outros, mas estes dois são os principais ingredient­es cativantes, sem os quais nada funciona de forma saudável. Quanto ao resto, constrói-se em conjunto, com muito divertimen­to e bom humor à mistura, desde que as pessoas estejam dispostas a arriscar…

SOU UMA MULHER MUITO OBSERVADOR­A E LEITORA DE OUTRAS PESSOAS, PORTANTO, UM OLHAR PROFUNDO DE UM HOMEM

É UM DOS PONTOS QUE MAIS APRECIO

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