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“A TERRA É UM NEGÓCIO QUE NÃO EXISTE SEM VIVÊNCIAS”
LUÍS LOPES
Dirk Niepoort elogia-lhe o «espírito aberto e a vontade de conhecer o mundo» e diz que «mais do que fazer vinho, é alguém que respeita a vinha; mais do que enólogo, é adegueiro, e isso é importante».
As experiências no estrangeiro, depois da licenciatura em Enologia (UTAD, Vila Real), essa aprendizagem e o panorama nacional da viticultura, a enologia e o mercado do vinho foram marcos importantes do percurso de Luís. Assim como a colaboração com a Quinta da Pellada, as oportunidades que aí teve e das quais resultou uma experiência marcante: Moreish Branco 2015, um vinho «sem produtos», comercializado em Portugal e na França. Uma colaboração que terminou em outubro passado para se dedicar de outra forma à vinha e ao vinho. Enólogo e viticultor há dez anis, colabora, desde 2008, com a Herdade do Carvalhal de São Luís (Troviscais, Odemira) e com António Madeira (Santa Marinha, Seia, Dão), desde 2010.
Nascido em Torres Novas em 1984, criado numa aldeia, sempre quis ter um emprego ao ar livre. Porque não enólogo ou viticultor? Afinal, desde os 9 anos que subia encostas de vinha, arrastando potes de vindima e, adolescente, já gostava de «desengaçar uvas na ciranda». Para ele, «terra, como a paixão, é um negócio que não existe sem sensações, vivências, dificuldades e alegrias». Defende a escrupulosa racionalidade na gestão dos ciclos de maneira que não se excedam os recursos. Até porque quer «deixar o mundo um pouco melhor» do que o encontrou. A.T.T.