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“EM PORTUGAL NÃO SE DÁ IMPORTÂNCIA AO AMBIENTE”
HELENA SANTOS
“AHelena é extremamente dedicada à causa do ambiente e conservação da natureza e sinto que vai conseguir fazer a ponte entre a geração anterior e o futuro», diz Serafim Riem sobre a sua aposta para o ambiente em 2018. Helena Santos, 29 anos, acabou de concluir o doutoramento em Biologia da Conservação, tendo estudado espécies crípticas de morcegos na Península Ibérica. O foco de Helena nos morcegos tem que ver com a raridade da investigação em torno desta espécie, mas acima de tudo com o facto de serem um grupo «com vantagens a nível ecológico e para a sociedade, alimentando-se de pragas agrícolas e de espécies que podem ser nefastas para o ser humano como os mosquitos ou as traças», diz. Como membro da direção do FAPAS, Helena tem-se empenhado em angariar mais jovens para a associação, tarefa que não é fácil, diz. « A importância dada ao ambiente em Portugal é quase nula – há pouca gente a trabalhar com ambiente e há muito pouco voluntariado», diz. Situação que, contrariamente ao que Helena esperaria, não se alterou substancialmente depois dos incêndios de 2017. «É um assunto urgente e é preciso chamar a sociedade e particularmente as gerações mais jovens, que infelizmente não conseguem muitas vezes dar do seu tempo para o ambiente porque as associações não têm fundo, não têm possibilidade de se desenvolver como deveriam.»