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“A QUALIDADE DA CIÊNCIA NACIONAL É MUITO ELEVADA”
ZITA SANTOS
“Escolhi a Zita porque admiro o seu entusiasmo e a curiosidade científica que brilha nos seus olhos. A sua inquietude científica tem-na feito sair da "caixa" da sua especialidade e levou-a a fazer descobertas importantes», diz Jorge Carneiro sobre Zita Santos, 33 anos, bióloga e investigadora no Laboratório Comportamento Alimentar e Metabolismo na Fundação Champalimaud. Zita, que fez o curso de Biologia Microbiana e Genética na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e o doutoramento no Instituto Gulbenkian para Ciência, está a estudar como o estado metabólico dos animais influencia o seu comportamento e o seu apetite. Utilizando como modelo a mosca da fruta, a linha de investigação da equipa em que trabalha pode ter impacto ao nível de doenças como a obesidade, a diabetes e o cancro. Ao escolher o seu nome, Jorge Carneiro questionou «se o sistema científico nacional tem capacidade para a assimilar, guardar e estimular para fazer novas descobertas». Zita Santos acha que, «em geral, a qualidade da ciência em Portugal é muito elevada, apesar de não haver muitas opções para cientistas investigadores fazerem carreira académica». O sonho de Zita é ter o próprio laboratório e «ficar em Portugal, a fazer ciência». No fim de 2018, quando termina o pós-doutoramento financiado pela FCT, Zita perceberá se esse sonho pode ou não ser cumprido.