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O PAPEL DOS MEDIA
Educar para os media cabe aos pais e à escola, mas também aos próprios media. «Neste momento, não temos em Portugal nenhum serviço noticioso para crianças, como teve a RTP em tempos. É uma pena que uma estação de serviço público não aposte num serviço de notícias para os mais novos , que explique numa linguagem acessível ao público mais novo os acontecimentos da atualidade», defende a investigadora Sara Pereira, lembrando que um serviço de notícias para as crianças poderia também ser útil para as escolas e para as famílias conseguirem equilibrar melhor o seu papel de mediadores.
A investigadora Patrícia Silveira concorda, lembrando que a Convenção sobre os Direitos da Criança legitima que os mais pequenos devem ter acesso a informação adequada que os ajude a aprender sobre o mundo. «E essa legitimação passa também pela responsabilização das empresas mediáticas e jornalísticas e pela obrigatoriedade que têm de proporcionar formas para que as novas gerações se informem sobre o mundo global e o local. Afinal de contas elas também são, ou deveriam ser, públicos das notícias. Os mais jovens são permanentemente acusados de apatia e desinteresse, mas isso resulta também do facto de as notícias serem feitas à medida dos adultos», diz.
Em Portugal, de momento, o único projeto neste género é a Visão Júnior, uma revista mensal de informação dirigida a crianças e jovens entre os 6 e os 14 anos.