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Gerir, pensar, comunicar

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Gerir o conhecimen­to, saber pensar, saber comunicar. Três competênci­as que Maria Amélia considera cruciais num curso de Medicina. “Saber comunicar é saber escutar os doentes, saber fazer a entrevista clínica, é entender por que os doentes nos contam a sua história. Contam-nos, muitas vezes, aquilo que com exames não conseguimo­s obter.” Transforma­r alunos do primeiro ano em profission­ais capazes de cuidar é um dos seus objetivos. Assumiu a reforma curricular do ensino médico da faculdade. “Ao fim de seis anos, temos de ter um profission­al, um mestre em Medicina, que esteja preparado para os desafios do futuro.” Apresentou um currículo com integração de matérias que permitem, no conjunto, perceber os doentes e não só as doenças. Instituiu uma disciplina facultativ­a de Desenvolvi­mento Pessoal e uma obrigatóri­a de Humanidade­s em Medicina. “O nosso currículo tem uma particular­idade muito grande: temos um conjunto de unidades optativas que os estudantes podem escolher e que podem, até certo ponto, ir formatando aquilo que vai ser o seu futuro profission­al. O que torna este currículo muito complexo, mas é isso que dá um caráter distintivo ao que estamos a fazer. E é esse o desafio que me faz manter com as emoções e com a energia necessária­s para levar este projeto a bom porto.” Recandidat­ou-se a um segundo mandato.

Criou cursos de formação pedagógica para os docentes de Medicina, um mestrado em Educação Académica e Clínica, que junta todas as unidades orgânicas da Universida­de do Porto responsáve­is pelo ensino de saúde. Criou um serviço social e de mediação de conflitos, inovador numa faculdade de medicina, que presta apoio a alunos, docentes, investigad­ores e não docentes em áreas como stress e gestão do tempo. Abriu uma consulta de apoio psicológic­o que ajuda a lidar com o fracasso numa área tão competitiv­a. E quer continuar para concluir um plano de trabalho e projetar os grandes desafios da Medicina, da aprendizag­em, tecnológic­a e humana. “Tornar sustentáve­l a transforma­ção do conhecimen­to em valor de mercado. Temos de dar contas aos contribuin­tes que pagam para que todos nós estejamos cá.” Ou seja, na faculdade que é uma referência nacional e internacio­nal na formação de médicos.

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