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JARDIM DE INVERNO, JARDIM DE TRANQUILID­ADE

Há-os simples ou sofisticad­os, recatados ou expostos. Ter um espaço verde em casa confere um ambiente agradável e confortáve­l à vida. Há inúmeras opções de plantas e materiais. Só precisa de imaginação para que a magia aconteça.

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São como recantos de paz. Espaços que imprimem serenidade às casas e, consequent­emente, às vidas de quem as habita. Chamam-lhes jardins de inverno mas não são, naturalmen­te, exclusivos dessa estação. Em todo o caso, imagine: chegar a casa num dia agreste e relaxar numa banheira, enquanto vê a chuva cair lá fora, no seu pequeno Éden? Mas um jardim de inverno é muito mais do que isso. É um conceito vasto. E para ter um só precisa de criativida­de. E não ache que o dinheiro pode ser um problema – tudo depende dos materiais e das plantas que escolher. Filipe Forte Faria, engenheiro agrónomo e jardinista, é proprietár­io da Arboreto, empresa que pensa e cuida de jardins interiores e exteriores, do Porto para o resto do país. O especialis­ta recorda que, no seu conceito original, os jardins de inverno eram espaços fechados, geralmente anexados à casa, que permitiam o usufruto do lugar durante o período de inverno, tais como as estufas. “Esse conceito foi, no entanto, alargado quase à tipologia do jardim interior, e o jardim de inverno pas-

sou a ser considerad­o como qualquer área de plantação diretament­e ligada ao espaço da casa, seja esta área fechada ou aberta.”

Assim sendo, faça-o na entrada de casa. Na sala de estar ou na sala de jantar. Na cozinha, com ervas aromáticas, que depois poderá utilizar em aventuras culinárias. Junto a escadas, com um banco por perto onde poderá ler um livro. Na varanda, com uns pufes, cenário propício para beber chá com amigos. No escritório e até na casa de banho. Use-o como biombo a separar divisões. Mais simples, densos ou sofisticad­os. Com pequenas árvores que saem do solo. Com plantas em patamares sobrelevad­os ou em estruturas verticais. As hipóteses são ilimitadas. Mas nem sempre foi assim.

Atualmente, basta que o jardim esteja num “local exposto, de forma a maximizar a visualizaç­ão do interior da casa, do máximo de divisões possível”. E, para isso acontecer, pode recorrer à utilização de paredes em vidro – que, além do mais, permitirão a entrada de luz.

O jardinista refere ainda que a utili- zação de diversos tipos de plantas “permite que nas alturas em que não há floração o jardim mantenha diversidad­e e interesse”. E é importante notar que os elementos decorativo­s como os seixos, o areão calibrado, a gravilha, as rochas ou as esculturas têm um papel fundamenta­l. Primeiro, porque reduzem os custos de manutenção. Depois, porque fazem uma excelente ligação à arquitetur­a da habitação, havendo aqui também inúmeras opções de cores. Que vão ficar sempre bem com qualquer planta. Sejam, por exemplo, espadas de S. Jorge, oliveiras, bambus, palmeiras ou catos. Ou outras espécies mais coloridas, como orquídeas, cíclames, calêndulas, bromélias, etc.

Ter um jardim de inverno é uma opção cada vez mais aliciante para quem vive em meios urbanos. Filipe Forte Faria realça que as pessoas se sentem atraídas não só pela sua função estética e decorativa, mas também pela vantagem de “naturaliza­r o ambiente da casa”, recriando autênticos refúgios agradáveis, confortáve­is e que conferem uma outra profundida­de ao espaço onde se habita. ●m

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Nomes das espécies, de cima para baixo e da esquerda para a direita: abutilon, orquídea, feto, dracena, bromélia, ficus, lírio-da-paz, cato, festuca; yucca, gramínea dos escovilhõe­s; bambu. Árvore ao centro: ácer

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