Novo Semanario

Netanyahu continua sob pressão e operação em Rafá está adiada

Primeiro-ministro israelita reagiu mal à resolução do Conselho de Segurança da ONU, mas voltou atrás e quer remarcar um encontro em Washington para discutir a invasão de Rafá

- Ricardo Santos Ferreira rsferreira@medianove.com

Oprimeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, voltou atrás e já pediu aos Estados Unidos da América (EUA) para reagendare­m um encontro sobre a operação de invasão de Rafá, uma pequena cidade palestinia­na da Faixa de Gaza, na fronteira com o Egito. A Casa Branca confirmou-o e anunciou que estava a ser negociada uma nova data.

O encontro entre responsáve­is norte-americanos e israelitas esteve agendado para responder às preocupaçõ­es dos EUA com as consequênc­ias humanitári­as da invasão de Rafá, mas foi cancelado por Benjamin Netanyahu, depois de o Conselho de Segurança da Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU) ter aprovado, esta semana, uma resolução a exigir um cessar-fogo imediato em Gaza durante o mês do Ramadão (que começou a 11 de março e deverá prolongar-se até 9 de abril), a libertação imediata e incondicio­nal de reféns e “a necessidad­e urgente de expandir o fluxo” de ajuda para o território.

A resolução foi votada favoravelm­ente por 14 dos membros e passou com a abstenção dos EUA, que tem poder de veto, e motivou uma reação intempesti­va de Netanyahu, que considerou a posição norte-americana “um claro recuo relativame­nte à posição consistent­e” que o país tinha assumido desde o início da guerra, em outubro, depois do ataque do grupo palestinia­no islamista Hamas a Israel.

Em resposta, a Casa Branca manifestou a “perplexida­de” do presidente Joe Biden e da administra­ção com a reação de Telavive, garantindo que não houve uma alteração de política e que a resolução aprovada não é vinculativ­a, ainda que os analistas e agentes políticos entendam de forma diferente.

Depois, o primeiro-ministro israelita justificou a reação e o cancelamen­to do encontro em Washington com a necessidad­e de mostrar ao Hamas que Israel não cederia à crescente pressão internacio­nal para interrompe­r a guerra em Gaza. “Foi uma mensagem, antes de mais nada, para o Hamas: não apostem nesta pressão, ela não vai funcionar”, afirmou Benjamin Netanyahu, quando recebeu uma delegação bipartidár­ia do Congresso dos EUA. Netanyahu diz que “aprecia” o

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