“É O NOSSO MOMENTO”
MARCO SILVA Invadido por uma “pressão superpositiva”, o técnico leonino lembrou que favoritismos não jogam em finais. Desafio de Sérgio Conceição foi aceite: é partir para cima...
É o jogo dos jogos para Marco Silva. A final é a última hipótese de felicidade para este Sporting e tudo o que ficou para trás, duelos com Braga incluídos, vale... nada. O técnico só admite vencer
A lição está estudada e revista, o Braga é um velho conhecido com retrato tirado e agora há que traduzir “a ambição” em campo para devolver o leão aos troféus. Considera ser este o jogo mais importante da época, na medida em que se trata do único título que o Sporting pode conquistar? —É o jogo mais importante da temporada. Tivemos jogos muito importantes ao longo da época, entre as várias competiçõesque disputámos, e garantimos o objetivo de estar na final. Poderíamos ter tido outros, mas garantimos este com mérito. É o jogo do ano para nós e para o nosso adversário, mas é sempre importantíssimo. Estamos cientes disso. As finais jogam-se para ganhar, para desfrutar delas. É essa ambição que temos para o jogo de amanhã [hoje]. Este é o momento para nós. O facto de o Sporting, pela tradição, ser considerado favorito, pesa mais? —O jogo tem um simbolismo importante, mas não coloca mais ou menos pressão. Queremos conquistar títulos. A pressão é superpositiva. Há diferença no passado dos dois clubes e também a houve na I Liga, mas não devemos ir por aí. Numa final isso não se nota. Se analisarmos as últimas três finais, nelas houve sempre um dos três grandes e só uma vez esse grande ganhou. O favoritismo em termos de finais... tudo pode acontecer. Não vamos entrar por ai, queremos é ser superiores ao Braga. O que espera do Braga para um jogo deste carácter? — Já nos conhecemos. Será o terceiro jogo que disputamos e será muito diferente. É uma equipa com identidade bem presente, agressiva em todos osmomentos do jogo.Na transição ofensiva é fortíssima. Vai obrigar-nos a ter cautelas. Tem poderio. Vai depender muito do que dermos ao jogo, da capacidade que demonstrarmos. O jogo mais equilibrado que tivemos foi o de Braga, mas tivemos muito mérito em vencê-lo.O Braga nunca tinha perdido em casa até ali. Há duas jornadas, fizemos o mesmo no campeonato de forma clara, com algumas diferenças na equipa do Braga. Fomos claramente superiores. A final é outro filme e queremos terminar da melhor maneira aos 90’, 120’ ou nos penáltis, se tiver de ser. Queremos é levantar a Taça. Sérgio Conceição disse que quer “saltar para cima deles”. Responde a esse desafio? — As equipas são sempre a imagem dos seus líderes. O que passamos aos jogadores é a ideia de jogo e o que pretendemos. Espero uma equipa à imagem das ideias do Sérgio e ele espera um Sporting com as minhas ideias. Ouvi-o dizer essa frase. A nossa vontade é a mesma. Assim, vai ser uma ‘salganhada’ [risos]. Cá estará o árbitro, mas vai haver respeito entre profissionais. Estamos com a mesma vontade para que, quando chegar a hora do jogo, nos vejam vencer num bom jogo de futebol.
“A final é sempre outro filme, mas queremos um final feliz ao fim de 90’, 120’ ou penáltis” “Sérgio Conceição quer vir para cima e nós também... assim vai ser uma ‘salganhada’”
Marco Silva
Treinador do Sporting