O Jogo

Inquietaçõ­es

- jorge.maia@ojogo.pt Jorge Maia

Isto das prendas é como as esmolas: quando são grandes, o pobre desconfia

1 Parece que é prática corrente a oferta de lembranças de cortesia aos árbitros. Tão corrente, de resto, que a UEFA se deu ao trabalho de regulament­ar a tradição, estabelece­ndo um limite de 200 francos suíços, um pouco mais de 180 euros, como o valor máximo aceitável para essas lembranças. Mas sobra a pergunta: também é prática corrente a oferta de lembranças aos delegados da Liga e aos observador­es do árbitro ou estamos a falar de um excesso de cortesia? E existe algum regulament­o que estabeleça limites em francos suíços ou euros para as prendas que estes podem receber? É que depois há árbitros como Marco Ferreira, para citar um exemplo à toa, que passam de avaliações excelentes a péssimas de um ano para o outro e as pessoas ficam cheias de dúvidas.

2 O ex-árbitro Pedro Henriques, colunista de O JOGO e membro do painel permanente de O Tribunal deste jornal, explicou que, após a edição da Eusébio Cup da última temporada, o Benfica começou a oferecer aos árbitros, nos jogos da equipa principal e da equipa B, uma caixa com uma moldura específica de Eusébio. Dentro dessa caixa, explicou, há uma camisola, bilhetes para o museu, um livro sobre Eusébio e vouchers para refeições, tal como Bruno de Carvalho mostrou no programa “Prolongame­nto” de segundafei­ra. Mas mais do que isso, Pedro Henriques garantiu que tanto José Gomes, presidente da APAF, como Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem, tinham sido informados desta situação pelos árbitros. Ora, se, tal como Pedro Henriques afirmou sem ter sido desmentido, Vítor Pereira sabia da oferta, não devia a FPF ter avançado para o Ministério Público mais cedo?

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