Maccabi à lupa pelo espião improvisado
Portuense joga em Israel e trabalhou para O JOGO nos últimos dias. Eis mais um relatório para Lopetegui juntar aos já recolhidos
Zahavi, que fez sete dos 12 golos nas eliminatórias que conduziram à Champions, aparece em 80% das referências positivas. O problema é transferir a forma de jogar em Israel para as equipas de topo
Este é um texto de análise que poderia ser coassinado por Bruno Pinheiro, um portuense que jogou no Boavista (2005/2009) e Gil Vicente (2012/13), atualmente titular do Hapoel Haifa.O JOGO contactou-o na semana passada e convidou-o para seruma espécie de observador infiltrado do próximo adversário portista na Champions.O central aceitou de imediato e até ofereceu a ajuda de Tal Banin, o treinador do Hapoel, mais habituado a lidar com relatórios de observação de adversários. Enviámos cinco páginas modelo, daquelas que Villas-Boas chegou a preencher para José Mourinho antes de se tornar treinador. Pedimos tudo: modelo de jogo, variações, predominância de passe, jogadas-tipo, saídas de bola, pontos fortes e fracos, estrutura dos sectores, organização defensiva e ofensiva, bolas paradas, etc.
Devidamente preenchido, o documentochegounosábado, já depois de o Maccabi ter ganho ao Petah Tikva. Eran Zahavi, que só na Liga tem 63 golos nos últimos dois anos e meio, aparece em 80% das re- ferências positivas ao adversário do FC Porto. “É a estrela da equipa. Joga como 10, como ponta de lança e, esporadicamente, na direita do ataque. Tem grande sentido de oportunidade, finaliza muito bem e é especialista nas bolas paradas”, diz o olheiro acidental. “Tal Ben Haim, o central (há um extremo), que já jogou no Chelsea, é o líder da equipa”, continuaBrunoPinheiro,com a certeza de que não há comparação com o FC Porto e que o que se vê na Ligat ha’Al não tem transferência para a Champions. “Sob pressão perdem muitas bolas no meiocampo. Em Israel é uma equipa que toma as despesas do jogo e defronta equipas defensivas. Por isso, os jogadores não estãoacostumadosa jogarcontra equipas de pressão alta na recuperação da bola, o que pode conduzir a muitas perdas na zona central, como aconte- ceu na derrota (4-0) com o Chelsea”, resumiu, numa zona de análise mais ampla. O pormenor foi compilado porO JOGO e apresentamos na coluna ao lado. Se Lopetegui quiser e confiar, que aproveite.