A mão no prolongamento
Estoril sofreu alguns embaraços, foi forçado a horas extraordinárias e o jogo só se resolveu de penálti, num lance muito contestado pelos gondomarenses. Esse e outros dois...
Disfarçar o desequilíbrio de forças esticando a resistência até ao prolongamento foi a vitória que restou ao Gondomar, embora isso lhe tenha sabido a pouco. A eliminatória resolveu-se de penálti, na sequência de uma das jogadas menos entusiasmantes do jogo: um remate à queimaroupa de Bonatini terá sido desviado pelo braço de Adíl- son, que acabou expulso. O condicional é obrigatório, porque, já descontando a tendência automática para reclamar da parte de quem os sofre, o lance só foi claro para Manuel Mota. No benefício da dúvida, vale essa convicção do árbitro, a mesma que o levou a ignorar os protestos gondomarenses em duas jogadas na área estorilista – uma aos 53’ e outra aos 112’, após remates de Jonathan. Nesta última, a mais contestada das duas, o árbitro fez mesmo questão de apontar para o próprio corpo, de forma a explicar que a bola batera numa parte legal.
À margem destas confusões, que não são menores porque decidiram tudo e fizeram até o treinador gondomarense ferver na sala de Imprensa, protestando contra o que ape- lidou de dualidade de critérios, sobra para contar do jogo o entusiasmo de um Gondomar que se adaptou melhor ao péssimo relvado e que soube criar embaraços a um Estoril pouco confortável no jogo direto que se exigia para contornar o estado do terreno. E vale a pena destacar exibições como as dos laterais Pimenta e Portilho, este um poço de energia inesgotável; a boa leitura de Tiago Gomes, a irreverência de Belinha ou a resistência de Tang Shi, que obrigou Kieszek à defesa da tarde. A fechar, sublinhe-se também a força da fanfarra de Gondomar, imune a dores de cabeça e garantia de animação. Só por isso, já foi Taça...