ZÉ MANUEL DESFEZ O NÓ
O Boavista só chegou à vitória na segunda parte de um prolongamento em que jogou com mais um, mas sempre com menos alma e determinação
Petit relegou para o adjunto Alfredo a missão de falar aos jornalistas no final do jogo, provavelmente por estar a dar um ralhete aos atletas que não honraram o animal feroz que carregam no peito: em Loures viu-se uma panterapálida, provavelmente atacada por febre amarela, o “slogan” do anfitrião que evolui na Série G do CNS. E não se pense que foi um Boavista de recurso a atuar no sintético do Loures, que esteve à abarrotar de gente e de figuras ilustres – o ex-árbitro Lucílio Batista, o vice-presidente do Benfica, Rui Gomes da Silva, ou os antigos jogadores Álvaro Magalhães e Tuck. Petit manteve sete titulares e deu minutos a Correia, Renato Santos, Philipe Sampaio e a Rivaldinho, este uma nulidade completa. O 4x4x2 só funcionou pelos corredores, sempre que Luisinho ou Zé Manuel aceleraram frente a uma equipa bem organizada e que, em grande parte do desafio, até teve a iniciativa de jogo. Após uma primeira parte sensaborona, a entrada de Uchebo (57’ ) acabou por se revelar decisiva, já que construiu o lance finalizado, à segunda, por Zé Manuel. Petit tirou Rivaldinho, mudou a tática para 4x3x3, e apostou em Tengarrinha para preencher o miolo, mas os rapazes de amarelo nunca se deram por vencidos e chegaram justamente ao empate (73’), após um lance confuso na área axadrezada. Pedro Augusto quase bisou seis minutos depois e no último minuto regulamentar, Bruno Bernardo viu cartão vermelho direto por suposta agressão a Reuben Gabriel. Com menos um, foi o Loures a ficar mais perto da vitória: Ballack falhou um chapéu (97’) e acertou no poste (117’), mas Zé Manuel não esteve para desperdícios...