O Jogo

Claques do Benfica sob fogo cruzado

UEFA perdoou a interdição da Luz, mas Bruno de Carvalho não perdeu a oportunida­de

- PEDRO MIGUEL AZEVEDO

O Benfica “suspendeu temporaria­mente” a venda de bilhetes para a Champions na Luz e pondera não requisitar ingressos em futuros jogos europeus ou então identifica­r compradore­s

O Comité de Controlo, Ética e Disciplina da UEFA puniu o Benfica com um jogo à porta fechada nas competiçõe­s europeias, mais uma multa de 20 mil euros, como castigo pelos incidentes no jogo de Madrid, frente ao Atlético. No entanto, a interdição não é efetiva e ficou suspensa durante dois anos, período onde qualquer repetição de incidentes da mesma gravidade levará ao fecho do Estádio da Luz em provas oficiais da UEFA. No jogo contra o Atlético de Madrid, relativo à segunda j ornada da Liga dos Campeões e que o Benfica ganhou por 2-1, alguns adeptos encarnados acenderam e lançaram tochas e outros objetos pirotécnic­os contra apoiantes do clube colchonero, facto que a UEFA não deixou passar em claro. Luís Filipe Vieira já pedira desculpas aos dirigentes do clube espanhol, ainda antes de se saber qual a punição a que o clube iria ser sujeito, e agora prepara-se para abrir guerra contra a possível repetição de atos que deixem o Benfica em risco. Em comunicado oficial, os encarnados alegam já ter gasto “meio milhão de euros” em multas da UEFA e da Liga, lançando dois possíveis caminhos para acabar com infrações que venham, pela primeira vez na história do clube, a impedir público nas suas bancadas. “O clube irá estudar novas medidas a adotar nos jogos em que participa, de forma a combater os atos que reiteradam­ente nos têm colocado na mira disciplina­r da UEFA”, l ê- se na mensagem, que lança dois cenários: “A não requisição de bilhetes para jogos fora e/ ou a identifica­ção de todos os detentores de bilhetes para jogos europeus.” Os encarnados revelam ainda que “foi já solicitado ao Conselho Superior dos Desportos espanhol o nome dos adeptos do Benfica que foram identifica­dos e responsabi­lizados pelos incidentes de Madrid”. Neste momento, e como medida concreta já avançada, o Benfica mandou“suspender temporaria­mente” a venda de bilhetes para os jogos na Luz contra Galatasara­y (3 de novembro) e Atlético de Madrid (8 de dezembro). Ao longo do dia, várias foram as vozes de indignação contra os responsáve­is pela utilização dos petardos e tochas em Madrid, uma das quais chegou a atingir uma criança que estava numa bancada ocupada por apoiantes do Atlético. Uma dessas vozes foi a de José Manuel Capristano, um antigo dirigente das águias, que deixou a dúvida sobre se os autores dos atos em Espanha serão mesmo adeptos do clube da Luz. “Lamento que meia dúzia de energúmeno­s prejudique­m o Benfica e que nos últimos

tempos tenham custado milhares de euros ao clube. O Benfica deve tentar deter estas personagen­s que fazem tais arruadas e eliminá-las de sócios, pois até podem ser meros infiltrado­s”, afirmou a O JOGO. Quanto à possibilid­ade de os encarnados não venderem bilhetes para os jogos no estrangeir­o, José Manuel Capristano não a vê como a melhor solução. “Assim pagavam os justos pelos pecadores”, realçou o ex-vice-presidente das águias, desejando também nunca ter o Benfica a jogar à porta fechada: “Isso nunca aconteceu e seria uma grande tristeza.” Além do Benfica, refira-se que a UEFA também multou o Atlético de Madrid, em 11 mil euros, mas pelo bloqueio de escadas no Vicente Calderón. Enrique Cerezo, presidente dos colchonero­s, entende que o seu clube foi “totalmente inocente” neste processo. “Se nos aplicassem a mesma sanção que deram ao Benfica, seria uma injustiça”, afirmou.

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal