O Jogo

ISTO RESOLVE-SE EM CINCO MINUTINHOS...

Com Aboubakar de corpo inteiro, a marcar e a assistir, mais Brahimi a entreter, o FC Porto cumpriu a obrigação de ganhar e beneficiou do empate no outro jogo do grupo

- Textos HUGO SOUSA

A exibição portista não foi deslumbran­te, mas acabou por ser suficiente para garantir o essencial: três pontos que embalam a equipa no primeiro grande objetivo da época

Às vezes é mesmo assim: um ataque de soluços só passa com um bom susto. Foi mais ou meno sissoquea conteceu com o FC Porto, anormalmen­te inseguro nos primeiros minutos, a expor-se com ingenuidad­e a contragolp­es perigosos do Maccabi e a deixar o público nervoso. Houve uns assobios tímidos, alguma tensão precoce sempre que a bola não circulava ao primeiro toque e aproximaçõ­es à área deCasillas que deixaram muitos de cabelos em pé, incluindo Lopetegui, que logo mandou Danilo saltar do banco. Mas, afinal, foi apenas um susto.

O Maccabi quis passar uma ilusão de força, e conseguiu-o durante meia hora, mas picou o Dragão com vara curta, co- meçando a dar sinais de fragilidad­e sempre que os portistas aceleravam e ainda de manifesta incapacida­de para lidar com ataques aéreos. Antes do golo, Aboubakar teve duas boas oportunida­des para confirmar que era de cabeça que deveria tentar abrir o muro defensivo do sisraelita­s. Umbom cruza mento de Layúndeu-lhe essa oportunida­de, e o camaronês mergulhou sem reservas.

O primeiro golo estava feito, o FC Porto parecia, enfim, ter despertado daquele arranque soluçantee aconfirmaç­ão dessa ideia não tardou muito: quatro minutos depois, Aboubakar voltava a chamar a si o protagonis­mo, com um magnífico trabalho a receber a bola seguido de uma abertura exemplar, quaseum tapete estendido a Brahimi, que o foi desenrolan­do até à área, onde chegou calmamente. Depois, só teve de escolher o lado para engordar a vantagem e deixar a resistênci­a do Maccabi comprometi­da.

O intervalo chegava com essa tranquilid­ade no resultado, que erabem melhor do que a exibição, encravada nalguns períodos por pecados na circulação de bola. Os passes nem sempre saíram bem, porque Rúben demorou um pouco a acertar, assimcomo Imbula; as arrancadas de Maxi e Layún provocaram mais desequilíb­rios defensivos nos portistas do que benefícios no ataque; Corona não acertava na dança para ganhar os duelos individuai­s e Brahimi, com alguns excessos pelo meio, era insuficien­te para as encomendas. O balanço era esse, mas acabaria abafado por aqueles cinco minutos de acerto, ainda na primeira parte.

A segunda foi claramente de gestão. Nem há sequer dúvidas quanto a isso, permitindo ao Maccabi ganhar fôlego para avançar novamente, embora sem ser tão perigoso como na primeira parte. O FC Porto, já com Danilo e Tello em campo, deu sempre a sensação de ter as coisas bem controlada­s – aliás, Casillas só fez uma defesa em todo o jogo, na sequência de um livre. À frente, Brahimi garantia a parte de entretenim­ento, à base de fintas e malabarism­os que deixaram os rins dos israelitas em apuros. Foram desperdiça­dos alguns golos – uma bola no poste; Indi a falhar de baliza aberta ou cavalgadas ameaçadora­s de Tello que só pecaram na pontaria – mas o resultado manteve-se, assim como a ideia principal: no fundo, isto resolveuse em cinco minutinhos...

 ??  ?? André André passa em grande estilo pelo israelita Dor Miha
André André passa em grande estilo pelo israelita Dor Miha
 ??  ?? Brahimi recebeu um passe de Aboubakar e atirou a contar, ampliando a vantagem do FC Porto
Brahimi recebeu um passe de Aboubakar e atirou a contar, ampliando a vantagem do FC Porto
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