Taça de Portugal
ATaça de Portugal sofreu uma alteração regulamentar bastante interessante, que foi a de fazer com que as equipas de escalão inferior pudessem jogar as eliminatórias em sua casa, uma medida que visa levar a outros estádios e regiões equipas de dimensão superior e, com isso, permitir que a verdadeira festa do futebol se faça, com todo o seu mediatismo e protagonismo, em zonas do nosso país que, em condições normais, nunca iriam vê-la ou tê-la. Contudo, e se a medida é, na sua génese, boa, inteligente e bem-intencionada, acaba por esbarrar na realidade regulamentar, que é a de muitos dos campos e estádios dos clubes de dimensão menor não terem as condições exigidas para satisfazer os requisitos necessários para a realização dos jogos. Dirão os mais otimistas que os grandes podem não ir aos estádios dos pequenos, mas pelo menos vão à região dos mesmos, o que, por si só, já é positivo. Dos diversos requisitos que é preciso ter, realce para os seguintes: as condições para as transmissões televisivas, em termos de torres de iluminação e respetiva luz, quer para as transmissões em si quer para o jogo e jogadores, pois, com os horários dos jogos que foram impostos, o árbitro, em alguns desses campos, não poderia dar ou terminar o jogo em função da visibilidade, ou mais concretamente da falta dela; as questões relacionadas com o número de lugares sentados obrigatórios por regulamento e que alguns clubes não têm assegurado nos seus campos; a falta de instalações sanitárias; o facto de, ao jogarem equipas grandes, isso fazer com que o jogo seja considerado pelas forças policiais de alto risco e, consequentemente, as medidas e o nível de segurança exigirem, dentro e fora dos campos, condições que esses clubes não têm, nem podem assegurar; e finalmente um outro aspeto, não menos importante, que é o facto de, para efeitos dos jogos da Taça de Portugal, os campos terem como dimensões mínimas obrigatórias, em termos de comprimento e largura, cem por 64 metros, situação que alguns dos clubes que estavam envolvidos não cumpriam.