“NÃO HÁ MUITOS TUBARÕES NA EUROPA”
Passados alguns meses, o trauma de Mick Fanning quanto ao ataque que sofreu no J-Bay Open está a passar. Sabe que nas águas portuguesas nada de parecido lhe acontecerá e até brinca
Este ano, o australiano é o único com possibilidades matemáticas de ser campeão em Portugal, naquele que seria o quarto título conquistado ao longo de um percurso marcado por tragédias
Há 14 anos no circuito mundial, Mick Fanning viu a sua popularidade disparar em julho deste ano e por um motivo inesperado: foi atacado por um tubarão quando disputava a final do J-Bay Open, prova sul-africana daWorld Surf League, frente a Julian Wilson. Meses volvidos, o episódio, do qual escapou milagrosamente, ainda dá que falar, mas o australiano garante que o trauma está a ser ultrapassado. “Tenho vindo a trabalhar nisso, estou confortável e não há muitos tubarões na Europa”, brincou durante a apresentação do Moche Rip Curl Pro Portugal.
No ano passado, Fanning foi o primeiro surfista a repetir a vitória na prova lusa, num dia em que passou um total de duas horas e meia dentro de água e reentrou nas contas de um título que iria mais tarde para Gabriel Medina. Este ano, chega à etapa portuguesa em situação mais favorável: será campeão mundial se repetir o triunfo de 2014 na Praia de Supertubos e o concorrente direto, o brasileiro Adriano de Souza, não passar da terceira ronda. Caso contrário, a discussão será adiada parao Havai. “Sempre que vimos para uma etapa é para ganhar, mas são todos muito bons e também dependemos das condições”, afirmou o surfista de 34 anos, detentor de três títulos mundiais (2007,2009 e 2013),num percurso cheio de adversidades, dentro e fora da água.
Aos 16 anos, Fanning perdeu o irmão Sean num acidente de carro. Já sofreu de escoliose e ultrapassou duas lesões graves (rutura total do tendão da coxa esquerda e rutura da virilha), quando competia no World Tour. “Se não me tivesse acontecido tudo isso, a minha carreira teria terminado mais cedo”, chegou a comentar.
“Para ser campeão, eu tinha de ganhar e o Adriano ser eliminado muito cedo... É muita matemática” “Encaro isto como mais duas semanas de trabalho. Às vezes queremos dormir, mas é altura de nos focarmos. Podemos celebrar ou lamentar no fim do ano” Mick Fanning Líder mundial