O Jogo

CAÇA-FANTASMAS DISPENSARA­M A ESTRELINHA

Dragões com pressa e atitude para quebrar maldição. Depois da má imagem contra o Tondela, eis a redenção. Quem começa com tanto gás, não precisa de esperar pela felicidade no fim

- ANDRÉ MORAIS

Maxi e Layún forçaram um plano de ataque para o qual o União não estava preparado. Com André André no meio-campo a equipa ganhou dinâmica. Osvaldo foi surpresa, mas terminou expulso.

Primeiro a sapatada na maldição, depois a gestão que se impõe neste mês de decisões, com jogos a cada três dias. O plano que Julen Lopetegui levou para a Madeira esteve para ser desfeito pelo nevoeiro, mas o jogo lá se fez e os dragões regressam ao Porto de confiança reforçada e com uma certeza: quando, daqui por 10 dias, voltarem para defrontar o Nacional, a malapata já não será assunto. O FC Porto não ganhava no Funchal há sete jogos (quatro com Lopetegui), desde maio de 2013. Ao oitavo a história mudou, graças a um batalhão de caça-fantasmas, que fez da atitude a principal arma e da pressa o grande detonador.

A história deste jogo, que deixa os portistas a dois pontos do Sporting, conta-se em 23 minutos, aqueles em que a equipa de Lopetegui demorou para sentenciar o jogo, com claro défice de atenção do União, mas muito mérito do vice-campeão, ferido pela vitória tangencial contra o Tondela e à procura da redenção. Os golos refletem a excelente atitude e são espelho de vários predicados com afinação máxima: raça na disputa de bola, solidaried­ade na pressão, acerto no cruzamento e qualidade na definição. Os dois primeiros são, nesse parâmetro, iguais, embora a finalizaçã­o tenha sido diferente, com nota mais para Brahimi: depois do monumento contra o Tondela, ontem voltou a ser quem marcou o golo mais bonito. É injusto, porém, destacar apenas o argelino.

O União da Madeira emperrou na dinâmica dos laterais portistas. Sem que os extremos (Amilton e Danilo Dias) tivessem pedalada para acompanhar o vaivém de Maxi e, especialme­nte, Layún, o FC Porto ficava sempre com mais gente no último terço. Os laterais bem abertos, os extremos numa linha mais interior e Osvaldo a distrair os centrais, para que Herrera e André também se chegassem à frente. Sete a atacar foram demais para uma equipa que, na qualidade, é claramente inferior. E assim, com facilidade, os dragões saíram a ganhar e ampliaram logo de seguida. O terceiro, marcado quase por acidente por Corona, foi o bónus.

Com o jogo ganho, o FC Porto diminuiu o ritmo, permitiu que fosse Danilo a defini-lo, e embalou para 67 minutos de treino ativo, só abalados pelo União nos primeiros 10 do segundo período. A reação (mais com o coração) não chegou a causar calafrios e esfumou-se com a certeza de que o que restava não chegaria para mais do que limpar a imagem. Para quem não ganha desde a primeira jornada, esse era um objetivo que em nada motivava. E nem com a expulsão de Osvaldo – que desperdiço­u mais uma oportunida­de do treinador – isso mudou. Pelo contrário: os azuis e brancos ameaçaram por Maicon, de livre direto, e ampliaram a vantagem por Danilo. Mas já era excessivo.

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Osvaldo foi titular e viu o cartão vermelho
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