O Jogo

COI entrega destino russo às federações

JOGOS OLÍMPICOS COI entregou às federações a decisão de aceitar ou banir atletas do Rio’16, como fez o atletismo

- CATARINA DOMINGOS

Nunca ter tido um caso positivo na carreira ou ter passado nos controlos feitos no estrangeir­o são alguns dos critérios apertados que as federações têm de aplicar para decidir quem vai aos Jogos

Ao contrário do que pedia a Agência Mundial Antidopage­m (AMA), bem como outros laboratóri­os internacio­nais, o Comité Olímpico Internacio­nal (COI) optou por manter a participaç­ão na Rússia nos Jogos Olímpicos que abrem a 5 de agosto, evitando a exclusão do total de 387 atletas e entregando às federações internacio­nais a decisão de aceitar ou banir os suspeitos, embora mediante critérios rígidos, como nunca ter tido um caso positivo na carreira e ter passado por controlos feitos no estrangeir­o. Só no caso dos 68 russos do atletismo é que não haverá volta a dar, pois o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) já recusara o recurso interposto pelos atletas, prevalecen­do a decisão da Associação Internacio­nal de Federações de Atletismo (IAAF), que até já ofereceu ajuda às outras federações para o processo de seleção dos próximos dias.

“Reunimo-nos para tomar uma decisão difícil. Vamos dar oportunida­de aos atletas limpos de participar. Não vamos agradar a todos, mas estabelece­mos critérios elevados. Isso respeita as regras de justiça”, defendeu o presidente do COI, Thomas Bach, sobre a decisão que apenas teve uma abstenção entre os 15 elementos da Comissão Executiva, mas gerou todo o tipo de reações. “Num momento tão importante para a integridad­e dos Jogos Olímpicos, o COI escapou-se a uma posição de liderança”, criticou Travis Tygart, da agência norte-americana de antidoping (USADA).

A menos de duas semanas do arranque dos Jogos, o que se segue é uma corrida contra o tempo para as várias federações – um “processo ambicioso”, nas palavras de Bach –, que têm de avaliar individual­mente os atletas, enviar as análises para um especialis­ta do TAS e esperar a palavra final do COI. Certo é que a decisão de excluir russos que alguma vez tenham acusado doping vai gerar situações anómalas, como afastar o ciclista Ilnur Zakarin, líder da equipa russa, enquanto outros países terão corredores com histórico de suspensões. Zakarin vai pedir para alinhar como individual, pois nessa condição poderá ser admitido!

A Federação Internacio­nal de Ténis foi a primeira a ratificar a presenças dos sete tenistas russos, devendo os restantes organismos fazer o mesmo nos próximos dias. Só então se conhecerá a dimensão total da comitiva russa.

“É um processo ambicioso, mas muitas federações já se guiam por estes critérios” “Não foi uma decisão fácil, mas vamos dar oportunida­de aos atletas limpos” Thomas Bach Presidente COI

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