COI entrega destino russo às federações
JOGOS OLÍMPICOS COI entregou às federações a decisão de aceitar ou banir atletas do Rio’16, como fez o atletismo
Nunca ter tido um caso positivo na carreira ou ter passado nos controlos feitos no estrangeiro são alguns dos critérios apertados que as federações têm de aplicar para decidir quem vai aos Jogos
Ao contrário do que pedia a Agência Mundial Antidopagem (AMA), bem como outros laboratórios internacionais, o Comité Olímpico Internacional (COI) optou por manter a participação na Rússia nos Jogos Olímpicos que abrem a 5 de agosto, evitando a exclusão do total de 387 atletas e entregando às federações internacionais a decisão de aceitar ou banir os suspeitos, embora mediante critérios rígidos, como nunca ter tido um caso positivo na carreira e ter passado por controlos feitos no estrangeiro. Só no caso dos 68 russos do atletismo é que não haverá volta a dar, pois o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) já recusara o recurso interposto pelos atletas, prevalecendo a decisão da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), que até já ofereceu ajuda às outras federações para o processo de seleção dos próximos dias.
“Reunimo-nos para tomar uma decisão difícil. Vamos dar oportunidade aos atletas limpos de participar. Não vamos agradar a todos, mas estabelecemos critérios elevados. Isso respeita as regras de justiça”, defendeu o presidente do COI, Thomas Bach, sobre a decisão que apenas teve uma abstenção entre os 15 elementos da Comissão Executiva, mas gerou todo o tipo de reações. “Num momento tão importante para a integridade dos Jogos Olímpicos, o COI escapou-se a uma posição de liderança”, criticou Travis Tygart, da agência norte-americana de antidoping (USADA).
A menos de duas semanas do arranque dos Jogos, o que se segue é uma corrida contra o tempo para as várias federações – um “processo ambicioso”, nas palavras de Bach –, que têm de avaliar individualmente os atletas, enviar as análises para um especialista do TAS e esperar a palavra final do COI. Certo é que a decisão de excluir russos que alguma vez tenham acusado doping vai gerar situações anómalas, como afastar o ciclista Ilnur Zakarin, líder da equipa russa, enquanto outros países terão corredores com histórico de suspensões. Zakarin vai pedir para alinhar como individual, pois nessa condição poderá ser admitido!
A Federação Internacional de Ténis foi a primeira a ratificar a presenças dos sete tenistas russos, devendo os restantes organismos fazer o mesmo nos próximos dias. Só então se conhecerá a dimensão total da comitiva russa.
“É um processo ambicioso, mas muitas federações já se guiam por estes critérios” “Não foi uma decisão fácil, mas vamos dar oportunidade aos atletas limpos” Thomas Bach Presidente COI