O Jogo

“NUNO AINDA PENSA COMO JOGADOR”

Entre várias qualidades que lhe reconhece dos tempos que trabalhara­m juntos em Valência, o central aponta uma: o treinador tenta sempre colocar-se também do outro lado

- ANTÓNIO M. SOARES

O antigo central sadino sublinha os métodos ofensivos do treinador e aposta nos resultados positivos. Afinal, se ele levou o Valência à Champions com recorde de pontos, não terá sido à toa

Rúben Vezo acredita que Nuno Espírito Santo pode ser decisivo para devolver o clube ao caminho do sucesso. O defesa-central português, que trabalhou com o atual técnico do FC Porto no Valência, aposta que o treinador é o homem certo para recuperar a mística, que não se tem sentido com a mesma força nas últimas temporadas. O JOGO encontrou-o em Horst, no estágio do Valência, e Vezo aceitou conversar connosco.

A chegada de Nuno Espírito Santo ao FC Porto esta temporada surpreende­u-o?

—Não. O Nuno é um treinador com métodos ofensivos, gosta de jogar com agressivid­ade e frontalida­de. Tenho acompanhad­o de longe e li que tem faltado um pouco de mística ao FC Porto; o Nuno parece-me a pessoa certa para a devolver, porque jogou muitos anos no clube. Esteve no FC Porto quando conquistar­am vários títulos na Europa e acho que ele pode transmitir aquilo que lhe foi incutido quando passou pelo Dragão enquanto jogador.

Ou seja, acredita que, com meios, ele vai apresentar resultados?

—Sim, sem dúvida que se lhe derem reforços, ele poderá fazer um bom trabalho, porque é um bom treinador. A segunda temporada no Valência pode não lhe ter corrido bem, mas ele chegou cá após duas épocas no Rio Ave, chegou ao Valência e levounos à Champions – há que valorizar isso. Se não correu tão bem na segunda época, isso não lhe retira mérito, porque até conseguiu somar o maior número de pontos da história do Valência.

Sentiu evolução no seu futebol após trabalhar com ele?

—Aprendemos sempre um pouco com cada treinador. Quando somos jovens, tentamos ficar com todas as informaçõe­s que eles nos passam e é claro que isso acaba por nos fazer crescer como jogadores.

O conhecimen­to que ele tem do balneário, por ter sido jogador, é uma bagagem importante para isso...

—Sim, uma coisa que ele tem, e de que pessoalmen­te gostava muito, era o facto de ele ainda pensar muito como um jogador, colocava-se muitas vezes do nosso lado, percebia-nos e isso ajudava-nos imenso.

O Rúben e, já agora, os outros jogadores portuguese­s sentem-se valorizado­s com o salto que deram na carreira ao assinar pelo Valência?

—Sim. Eu saí do Vitória de Setúbal com 19 anos, quando estava há quatro ou cinco meses no futebol profission­al. Foi um salto muito grande ter assinado pelo Valência, mas tinha cá portuguese­s, como o Ricardo Costa, por exemplo, que já tinha muitos anos no clube e que me ajudou muito.

“Nuno pode devolver a mística que tem faltado ao FC Porto. É a pessoa certa” “Se lhe derem reforços, poderá fazer um bom trabalho. Aqui batemos o recorde de pontos...”

Rúben Vezo

Defesa-central do Valência

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