O Jogo

“Uma estratégia de gaveta”

Filipe Silva, líder do União, estranha morosidade da Comissão de Instrutore­s em passar processo ao CD da FPF

- CARLOS PEREIRA SANTOS JACINTO VELHOTE

“Não percebo esta morosidade, estranho muito isto. Não acredito que haja má fé de alguém, mas parece uma estratégia de gaveta.”

Filipe Silva

Presidente do União da Madeira

O Conselho de Disciplina aguarda que a Comissão de Instrutore­s liberte o processo que pende sobre os direitos de formação de Pedro Tiba. Filipe Silva promete, para breve, reação imprevisív­el

Ainda não foi ontem que o Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) decidiu o processo disciplina­r ao V. Setúbal, motivado por uma participaç­ão do União da Madeira relativa a alegadas irregulari­dades dos sadinos na inscrição de jogadores. Tudo porque a fase de instrução do processo ainda não está concluída encontrand­o-se, a mesma, ainda na posse da Comissão de Instrutore­s da Liga, órgão recentemen­te empossado. O caso motivou já uma reação do presidente do clube madeirense, Filipe Silva, que estranha a “morosidade” em todo o processo.

Confrontad­a com esta realidade, fonte da Liga disse a O JOGO que “muito em breve” a fase de instrução terá a sua conclusão e será remetida para o CD da Federação, que dará então o seu veredicto. Tudo isto acontece a menos de uma semana de começar oficialmen­te a época, com a realização da primeira fase da Taça da Liga, no próximo fim de semana, e com a Supertaça, que terá lugar a 7 do próximo mês, no Municipal de Aveiro.

O CD, há duas semanas, arquivou um processo disciplina­r, também com origem numa queixa do União da Madeira e da Académica, relativo ao caso Hassan: os sadinos tinham sido condenados por não terem pago dentro dos prazos os direitos de formação do jogador ao Almancilen­se e, ao que O JOGO apurou, o clube ainda não recebeu a verba a que tem direito, mais de 28 mil euros.

Mas deste arquivamen­to, e como O JOGO noticiou em primeira mão, o União da Madeira recorreu para o Conselho de Justiça.

Este processo deu origem à impugnação do último campeonato, que continua, assim, por homologar.

Agora está em causa um outro caso, relacionad­o com os direitos de formação de Pedro Tiba, que o V. Setúbal também não pagou dentro do prazo ao Limianos e ao Paçô. Foi impedido de inscrever jogadores pelo CD, mas mesmo assim optou por registar na janela de janeiro.

Este caso continua por decidir no CD, que espera, como dissemos, pela instrução do processo. “Não percebo esta morosidade, estranho muito isto. Não acredito que haja má-fé de alguém, mas parece uma estratégia de gaveta. O processo está lá a ganhar teias de aranha. Não é normal, nem se entende. O União não vai ficar quieto e irá até às últimas consequênc­ias”, disse ontem a O JOGO Filipe Silva.

“Vou aguardar, serenament­e, mas era bom que alguém de direito olhasse para o que estão a fazer ao futebol português.” Para estes dias, o União tem preparada uma reação de facto, que o presidente não quis pormenoriz­ar. “Não vai ser nada bom”, alertou.

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Presidente do União da Madeira, Filipe Silva, lamenta atrasos

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