O Jogo

À PROCURA DE MAIS 20 GOLOS

Hernâni está de saída

- ANDRÉ MORAIS CARLOS GOUVEIA

André Silva está em grande e projeta-se como solução, mas o plantel obriga a várias opções e, com Aboubakar em crise (um golo em seis jogos de préépoca), a manta é bem mais curta que a dos rivais

O FC Porto tem 20 golos para comprar até ao final de agosto, isto se quiser avançar para 2016/17 com a certeza de que tem, no plantel, atacantes que, por época, valem tanto como os dos rivais. É claro que as contas serão diferentes, até porque nem Benfica nem Sporting têm um André Silva em potência, cujos 7,5 golos em média por cada uma das três épocas que fez no futebol profission­al o colocam num patamar abaixo daquilo que realmente vale e longe dos números que se lhe projetam para o futuro. E, claro, também porque Téo Gutiérrez está de saída do Sporting e Barcos marca, nesta fase da carreira, menos do que fez em determinad­a altura, fosse no Equador, China ou Brasil.

O futebol tem muitas variáveis, os números não se podem ler de forma tão redutora, mas os que aqui apresentam­os são a conclusão óbvia que leva a SAD a estar no mercado e à procura, com calma, de um nome que não levante dúvidas: os dragões precisam de golos, tantos golos como Mitroglou, Jonas, Slimani ou companhia têm para apresentar. Seja na última época, seja em anos anteriores. Nenhum dos homens-golo do FC Porto conseguiu, na época mais produtiva da carreira (seja ela na I Liga, II Liga ou estrangeir­o) marcar pelo menos um golo a cada dois jogos. Pelo contrário, dos seis atacantes que terminaram 2015/16 nos rivais na luta pelo título, só um (Jiménez) não o conseguiu. Não é coincidênc­ia que seja o mais jovem. A soma absoluta das médias de tentos também são contundent­es: os do FC Porto rendem 21 golos por época, os do Sporting 41 e os do campeão Benfica 43. Neste caso, portanto, as contas estão tabeladas por baixo. É que Jonas, Mitroglou, Slimani ou os outros vivem as melhores fases da carreira e as médias são inferiores porque nem sempre os números foram tão bons. Esta é a conclusão positiva que o FC Porto pode tirar: André Silva, a principal aposta, não teve tempo ainda para se tornar um goleador em série e a tendência é melhorar, melhorar e melhorar. A pré-época tem confirmado o instinto e abre o apetite.

Para os dragões, um avançado apenas não chega. Aboubakar continua longe do que mostrou há um ano, Bueno jogará mais longe da baliza do que acontecia em Espanha e é fundamenta­l encontrar outra alternativ­a que garanta, à partida, pelo menos duas dezenas de golos. Jackson Martínez trazia 22 quando chegou, em 2013/14. Osvaldo, o substituto da época passada, chegou com 13, mas só viria a marcar um no Dragão.

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