ANDRÉ SILVA E OTÁVIO NO TOPO
ESTÁGIO O ponta de lança e o médio, feito extremo, foram os que mais brilharam. Um marcou, o outro construiu
Os trabalhos na Alemanha tiveram vencedores, eventualmente também vencidos, e sobretudo adaptados. A defesa levanta dúvidas e o ataque descobriu um tridente Quatro jogos que se saldam em duas vitórias, um empate e uma derrota resumem um estágio positivo, mas não escondem que este FC Porto ainda está longe de corresponder às exigências de Nuno Espírito Santo. O treinador marcou os 12 dias na Alemanha pela quantidade de experiências e preocupação em dar ritmo competitivo a todos. A ideia é encontrar a melhor fórmula para construir rapidamente uma equipa para o presente e para o futuro. André Silva e Otávio regressam a casa como destaques naturais. O ponta de lança fez três golos (só não marcou na única derrota, com o PSV), bateu Aboubakar em toda a linha e vai dando razão à aposta que se pede. Otávio, pela excelente adaptação à esquerda e pelas soluções que oferece, foi a revelação.
De forma coletiva, aquilo que se viu foram pedaços dessa fórmula a aparecerem aqui e ali. Há um projeto, alguns esboços, elementos que sobressaem no coletivo, mas outros que ainda não encaixam. Mas vamos por partes.
Defesa ainda à procura de um patrão
A defesa continua permeável e a cometer erros individuais comprometedores. Felipe ficou marcado por isso. O reforço brasileiro para o eixo da defesa não mostrou ainda as razões pelas quais foi escolhido pela SAD. O ganho de rotinas defensivas pode ajudar no futuro, mas é preciso erradicar, de vez, os erros individuais. Já o outro reforço do sector, Alex Telles, deixou boas indicações,prometendoaLayún muita luta pela titularidade do lado esquerdo. Alex mostrou capacidade defensiva e de incursão no ataque, para cruzar com perigo. Maxi Pereira, Marcano, Chidozie e Diego Reyes são os defesas que já se conheciam. O uruguaio ainda não tem a forma física ideal, o espanhol não disfarça o nervosismo com a bola nos pés, Chidozie continua a cometer alguns pecados de juventude e Diego Reyes, ainda que sem comprometer, não joga ao nível do potencial que tem. Varela está adaptado a lateral-direito e vai disfarçando quando ataca. Na baliza, Casillas mostrou, contra o Leverkusen, que entre os postes continua a ser dos melhores, mas o Vitesse sublinhou-lhe uma lacuna que já não é de agora e que se prende com as saídas aos cruzamentos. José Sá acabou por se revelar mais regular.
Meio-campo é o sector com mais opções
Não faltam opções no meiocampo, onde Nuno experimentou de tudo. João Teixeira foi uma surpresa agradável, demonstrando qualidades que fazem dele um sério candidato ao onze a jogar numa posição mais ofensiva. Herrera cresceu com a preparação, terminandooestágioembom plano. Rúben Neves também cumpriu, embora sem deslumbrar, tal como André André. Quintero e Josué foram outras tantas desilusões e devem sair. Em destaque acabou Alberto Bueno, revelando-se como uma potencial solução a ter em conta se Nuno optar por jogar com um claro 10 nas costas do ponta de lança.
No ataque, um tridente que já entusiasma
No ataque, André Silva e Otávio formam a dupla que melhor se entende nestas primeiras semanas de trabalho, com o português a assumir-se como goleador (cinco golos marcados, três deles no estágio) e o brasileiro como uma agradável surpresa para jogar a extremo. Brahimi que se cuide, se não sair, porque Otávio vai dar muita luta. Nesta fase está, até, à frente. Se Hernâni faz parte das desilusões e corre o risco de não agarrar esta nova oportunidade, já Corona aparece, também, num bom momento neste início de época, com um volume de jogo elevado e muita confiança. Em crise dela está Aboubakar, que joga como um corpo estranho ao coletivo, o que sublinha a necessidade de se contratar outro avançado. Adrián, por fim, teve alguns minutos depois de ser reintegrado, Dizem que não conta, mas na falta de opções para o ataque...