Neymar a capitão para atacar o ouro
Rogério Micale decidiu manter o avançado do Barcelona com a braçadeira por ser um “grande atleta e um grande homem”
Fernando Prass, antigo guarda-redes do Leiria, era um dos atletas que disputavam o cargo com o goleador e a decisão anunciada pelo treinador já mereceu algumas críticas no Brasil
Está decidido. Neymar vai ser o capitão da seleção brasileira nos Jogos Olímpicos. O avançado do Barcelona era apontado como principal candidato ao posto e levou a melhor sobre Fernando Prass, o experiente guarda-redes que também era uma solução do agrado do técnico Rogério Micale, cuja admiração pelo exjogador do União de Leiria cresceu durante os treinos de preparação na Granja Comary.
Neymar mantém assim as funções que lhe foram confiadas pelo antigo selecionador Dunga e, apesar de algumas críticas no Brasil, a escolha foi justificada pela liderança do goleador. “Além de ser um grande atleta, Neymar mostrou ser um grande homem. Ele abraçou os meninos que vieram ajudar-nos nesta preparação e demonstrou ser um atleta responsável”, afirmou Rogério Micale, sem esquecer o perfil de Fernando Prass, Marquinhos, Rodrigo Caio, Renato Augusto ou Gabriel Jesus, outros capitães sem braçadeira.
O técnico da formação canarinha sente que os Jogos são uma oportunidade para devolver o orgulho ao povo brasileiro e não disfarçou a emoção durante a conferência de Imprensa: “Num momento em que se vê tanta gente a sofrer, temos a oportunidade para fazer o nosso trabalho com entrega total, sem individualidades e sem olhar só para opróprioumbigo.Seissoacontecer, teremos algo maior que a medalha.”
A jogar em casa, o Brasil procura o primeiro título olímpico e Micale assumiu que a equipa vai procurar evitar os erros do passado. “Os sistemas mudam quando aparece uma equipa de qualidade mundial. Foi assim com Itália, Espanha e a Alemanha. Fizemos uma reflexão e vimos o modelo da Alemanha, que é muito competente. Mas tenho orgulho no nosso futebol e na categoria dos nossos avançados. Têm uma qualidade que o mundo admira”, atirou, numa alusão ao trio formado por Neymar, Gabriel Jesus e Gabriel Barbosa, conhecido por Gabigol. “Num momento em que se vê gente a sofrer, temos oportunidade de fazer o nosso trabalho sem olhar para o próprio umbigo”