Outra música
juntou-se aos campeões entre os titulares e tudo mudou
Jorge Jesus:
“Estamos no mercado, sujeitos a tudo. Não acredito muito que este onze continue”
Tem sido uma pré-época em crescendo aquela que o Sporting vem realizando, verificando-se melhorias graduais a cada jogo de preparação que a equipa de Jorge Jesus vem disputando, como é normal nas atuais circunstâncias e neste período de consolidação de processos e incremento de ritmo e rodagem. Ontem, porém, foi um salto qualitativo gigantesco que os leões registaram face aos encontros anteriores, ba- tendo o Wolfsburgo (2-1) e arrecadando o Troféu Cinco Violinos. E tudo ficou a dever-se a uma razão tão simples quanto óbvia: pela primeira vez nesta pré-época, Jorge Jesus fez atuar de início a base do onze com que discutiu até à última jornada o título de 2015/16, com a inclusão dos campeões europeus recém-regressados ao grupo e da grande referência do ataque da equipa, Slimani.
Se a equipa se ressentiria da eventual ausência de qualquer um dos jogadores em causa, fosse o camisola 9, Rui Patrício, William, Adrien ou João Mário, ter arrancado a preparação para 2016/17 sem o quinteto em questão constituiu um golpe difícil de contornar. Se possibilitou a avaliação das alternativas, evidenciou também que as mesmas estarão largos furos abaixo dos campeões europeus e do goleador argelino.
Ontem, o Sporting demonstrou uma clarividência e articulação ainda desconhecidas nesta pré-temporada. Claramente, esta é já outra equipa. Primeiro, porque Rui Patrício voltou a ser providencial entre os postes; depois, porque a capacidade de William de simplificar as situações mais complicadas e a intensidade e dinâmica impostas por Adrien conferem outra segurança em termos defensivos e acutilância na manobra ofensiva; por fim, porque a articulação oferecida por João Mário foi potenciada também pela deslocação de Bryan Ruiz para terrenos mais adiantados aos que vinham pisando (agora como segundo avançado).
Foi, assim, um Sporting dominador em todas as vertentes do jogo que se impôs perante um Wolfsburgo bem estruturado, que assentava na dupla do miolo composta por Arnold e Gerhardt o seu poderio. Slimani, incansável no ataque no seu papel de primeiro defesa, não desperdiçou a única oportunidade de que dispôs; e Bruno César, de volta à esquerda depois de ter feito de oito em Badajoz, fez miséria e esteve nos dois golos leoninos.
As diversas trocas e poupanças na segunda parte feriram o leão: voltou a mostrar debilidades sem as principais figuras, que levam a outro patamar o nível do futebol da equipa.