Isto não é como se começa, mas como se acaba?

Afrase que dá título a esta crónica é uma frase batida, muito utilizada para justificar maus resultados em início de época. E é verdadeira, porque liderar da primeira à última jornada para perder o campeonato no fim é muito pior do que nunca liderar e acabar em primeiro na última jornada. Só que eu ponho um ponto de interrogação no título porque, sendo um crente, estou preocupado com a forma como chegamos ao início da época. Há quantos meses andámos à procura de refazer a defesa, com uma boa dupla de centrais? Uma só derrota em estágio nem é mau currículo, mas estarmos só agora a tentar perceber se temos os jogadores certos para o tipo de jogo que o Nuno Espírito Santo pretende não gera euforia. É razoável esperar que os automatismos só estejam totalmente assimilados daqui a um mês ou dois mas, a duas semanas de jogarmos a nossa entrada na Liga dos Campeões, ainda haver gente para entrar e muita gente para sair não augura nada de muito bom. Ora, está fácil de ver que como se começa importa e muito. Ficar de fora da Liga dos Campeões não é coisa que possa ser vista como normal no FC Porto. É claro que podemos ter os deuses do nosso lado com o adversário que nos sair em sorte e sempre podemos contar com o facto de sermos cabeças de série para diminuir as hipóteses de ter muito azar. Enquanto há fé… Nem que seja por isso, o principal objectivo deste ano é claramente ganhar o campeonato e aí o ponto de interrogação não serve para nada. Podemos nem começar bem e acabar a ganhar a primeira Liga, mas também aqui só nos sobra o mês de agosto para tentar vender algum dos jogadores que não têm lugar na equipa, e são muitos, e tentar comprar o que ainda falta comprar. Não há quem não saiba, agora, depois de algumas contratações, como no final da época passada, é preciso comprar mais um bom central e ter mais uma boa opção no ataque. Otávio é um grande jogador, mas está longe de ser o patrão de que o FC Porto precisa. Esse patrão faz mais falta para armar o jogo do meio-campo para a frente, mas também é preciso um líder na defesa e ele ainda não existe. Chegou agora o campeão europeu Danilo, cheio de vontade de recuperar a forma e cheio de vontade de continuar a jogar de azul e branco. Ele é a melhor opção para ligar o sector mais defensivo e o sector mais ofensivo. Mas o grande reforço da equipa continua a ser o treinador, chegou cheio de ambição, a exigir garra aos jogadores e com uma ideia de jogo. Foi com ele que começámos a atacar a época. Começámos bem, vamos acabar melhor. O Nuno é um treinador à Porto. Não tem como correr mal. Vamos ser campeões.

A duas semanas de jogarmos a nossa entrada na Liga dos Campeões, ainda haver gente para entrar e muita gente para sair não augura nada de muito bom