Joni e Gustavo analisam a Graça
Rivais reconhecem a importância da etapa de hoje, mas admitem que não será decisiva
São cinco subidas ao longo de 192 quilómetros, para finalizar com os 8,2 quilómetros da Senhora da Graça, inclinados a 7,7%. É uma das subidas míticas da Volta a Portugal, embora não costume decidir o vencedor final. O ano passado já teve um duelo entre Joni Brandão e Gustavo Veloso, embora o fugitivo Filipe Cardoso fosse o primeiro a chegar ao alto, e hoje a luta deve repetir-se, existindo Rui Vinha como líder-surpresa.
“Gosto da Senhora da Graça. É uma chegada em que já fiz terceiro e segundo. Adapta-se muito bem às minhas características e gostava de um dia vencer. Vou dar o melhor para o tentar já desta vez”, atira Joni Brandão, um trepador que lidera a Efapel e se sente bem quando o terreno empina. “É a sexta ou sétima vez que a subo na Volta e tenho mais umas quantas em treinos. É uma subida sempre constante, com um descanso curto ao meio. É uma subida dura e o último quilómetro, quando o vento bate de frente, é complicado.” Já Gustavo Veloso, que sobe sem dificuldades mas é sobretudo um contrarrelogista, aborda o dia de hoje com mais cautelas. “Na Graça, cada um ocupará o seu lugar e poderá ver-se como estamos”, diz em relação aos candidatos a discutir a corrida, sabendo que “esta etapa poderá nada decidir, pois esta é uma Volta de armadilhas; haverá mais até Lisboa, que aqui ninguém anda conformado.”
A Senhora da Graça só por si nunca foi decisiva, mas normalmente fecha uma etapa de muitas montanhas; Serra da Nogueira (6,8 km), Argemil (9,4 km), Padrela (6,3 km) e Barragem do Alvão (8,8 km) aumentam as dificuldades e obrigam a uma gestão do dia. “Tudo é fundamental. Antes da Graça temos de comer bem, hidratar melhor e poupar o máximo de força até lá. Mas se não estivermos num dia sim, não conseguimos ganhar de certeza”, garante Joni.