O Jogo

Rosa Mota lamenta “só uma medalha”

A antiga campeã olímpica deu o exemplo de Mamona para indicar um dos bons resultados

- MIGUEL G. PEREIRA

Aos 58 anos e já longe das pistas de atletismo e das maratonas, Rosa Mota foi ao Rio de Janeiro como vice-presidente do COP. Com o sorriso no rosto que a caracteriz­a, a antiga atleta faz, tal como o dirigente máximo do organismo, José Manuel Constantin­o, um balanço positivo da participaç­ão portuguesa nos Jogos Olímpicos. “Estávamos em casa. Tivemos o povo brasileiro a aplaudir o nome dos atletas. Fomos muito acarinhado­s no Rio de Janeiro. Por isso, saio muito satisfeito, o ambiente foi muito agradável eép ena só ter conquistad­o a medalha da Telma Monteiro. Apesar de todos quererem medalhas, há resultados que, embora não sendo medalhados, foram muito bons, como o da Patrícia Mamona, que fez uma excelente prova, mesmo sem atingir o pódio ”, analisou a campeão olímpica da maratona em 1988, dando uma palavra de conforto aos atletas que sentiram que ficaram aquém das expectativ­as: “Eles fizeram o melhor que puderam. Claro que a medalha da Telma merecia companhia de outros atletas e também tivemos provas fracas, também temos de reconhecer isso, não vamos dizer que foi tudo bom. Alguns atletas regressam tristes e frustrados porque não conseguira­m realizar os seus sonhos e objetivos, mas vão dar a volta por cima.”

A maratona, disciplina do atletismo no qual Rosa Mota tão bem represento­u Portugal enquanto atleta de alta competição, não correu muito bem às cores nacionais nos Jogos Olímpicos: Dulce Félix terminou a prova na 16.ª posição, enquanto Jéssica Augusto e Sara Moreira não chegaram ao fim, devido a problemas físicos. Contudo, a antiga campeã olímpica preferiu não abordar diretament­e esta polémica. “Só as atletas em questão podem explicar por que desistiram. Pela minha experiênci­a, sei que não há nenhum atleta que esteja em prova que goste de desistir. Quando desiste, é porque não tem mesmo condições para continuar. A desistênci­a marca muito o atleta e ninguém gosta de desistir. Elas agora têm de encontrar o melhor caminho para lidar com o que aconteceu”, frisou.

“Ninguém gosta de desistir de uma prova... é algo que deixa marcas” “O ambiente foi muito agradável e é pena só termos conquistad­o uma medalha” Rosa Mota vice-presidente do COP

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