O Jogo

Itália abalada por sismo que engoliu cidades inteiras

Liga italiana decretou um minuto de silêncio em todos os jogos da próxima jornada e várias figuras do desporto manifestar­am pesar

- neto.joel@gmail.com

O número de vítimas é ainda provisório e são muitas as histórias trágicas. Mais feliz é a da equipa do Foggia, que estagiava em Norcia; jogadores confessara­m terem sentido medo

A liga italiana decretou um minuto de silêncio na próxima jornada do campeonato; a família Agnelli, ligada à Juventus, disponibil­izou um fundo de 150 mil euros para as organizaçõ­es que têm ajudado nos resgates das zonas afetadas e, entre outras, foram várias as figuras do desporto que se associaram às manifestaç­ões de pesar pela tragédia. O sismo de 6,2 na escala de Richter que abalou a região central de Itália na madrugada de quarta-feira, provocando um número ainda indetermin­ado de vítimas, destruiu parcial ou totalmente algumas cidades (Accumoli, Amatrice, Pescara del Tronto e Sperlonga foram das regiões mais afetadas pelo sismo e réplicas que se seguiram) e o impacto foi sentido a vários quilómetro­s do epicentro, incluindo na capital, Roma, onde horas antes o FC Porto tinha estado a disputar o acesso à Liga dos Campeões. Itália tem um longo historial de sismos, os últimos dos quais em 2009 e 2012, mas a convivênci­a com o fenómeno não amorteceu o choque com o nível de destruição gerado na madrugada de quarta-feira. Sergio Pirozzi, presidente da câmara de Amatrice, e também treinador da equipa local, não escondia o desespero com o cenário. “Amatrice desaparece­u”, desabafou. E no meio de histórias particular­es de muitas tragédias, com famílias inteiras engolidas pelos escombros, houve também, inevitavel­mente, algumas que tocam no âmbito desportivo: a equipa do Foggia, clube que já disputou a Serie A italiana, viveu momentos de pânico na preparação de início de época que efetuava em Norcia. Jogadores e equipa técnica abandonara­m as instalaçõe­s do centro de estágio, sobressalt­ados, e passaram a noite na rua. “Foram instantes de terror”, resumiu Giuseppe di Bari, o diretor desportivo. “O chão tremia tanto e decidimos fugir para a rua; felizmente, estamos bem, mas tivemos muito medo”. O Foggia abandonou ontem local, dois dias antes da data prevista. Nas reações que entretanto foram sendo publicadas nas redes sociais, destacam-se as de algumas figuras do desporto. Roberto Mancini dei- xou uma palavra de “encorajame­nto” para os voluntário­s, confessand­o também o “momento de medo” sentido antes; mensagens solidárias foram ainda partilhada­s por Carlo Ancelotti; Fabio Cannavaro; El Shaarawy; Flavia Pennetta; Pau Gasol ou Max Biaggi, por exemplo. Vários clubes, não só italianos, juntaram-se igualmente a esse coro de vozes que homenagear­am as vítimas, numa altura em que a contagem, já acima de uma centena, continuava a ser atualizada.

Joel Neto

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Imagens documentam o grau de destruição
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