O Jogo

Vinte segundos com as paredes a abanar...

- Bruno Filipe Monteiro

Hóspedes saíram para o átrio do hotel com receio de réplicas; telemóvel foi a fonte de informação

A noite de trabalho após o Roma-FC Porto tinha sido longa e, depois de alguma ginástica para encontrar um local fora de horas para jantar, acabara de chegar ao hotel onde estava instalado. Eram 3h39 (locais) e lembro-me de estar na cama ainda a passar os olhos pelas redes sociais quando, de repente, as paredes começaram a abanar. Não terão sido mais do que 20 segundos, mas o suficiente para assustar. O Fábio Poço, meu companheir­o de trabalho, telefonou-me no imediato. “Sentiste isto? Pareceu um tremor de terra.” Roma fica situada a mais de 150 quilómetro­s do epicentro do sismo, mas, mesmo assim, também foi possível senti-lo na capital. Saímos no imediato para o átrio, mas por iniciativa própria e não porque o hotel o tenha aconselhad­o. Cá fora já se encontrava­m outras pessoas. Nos prédios em frente os moradores saíram à varanda para perceber o ocorrido, mas os telemóveis eram, por esta altura, o único meio de informação. Esperámos mais de 30 minutos no exterior com receio de alguma réplica, e nada. Foi quando já estávamos novamente nos quartos que ela surgiu. Isto uma hora depois. Muito mais fraca. A “RAI News 24” não falava noutra coisa, mas ainda sem detalhes sobre o real impacto. Foi só de manhã, através do rádio do táxi, que soubemos da gravidade. A contagem de vítimas ia, então, em dez. Infelizmen­te, foram muitas mais...

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