“O hóquei português é mais rápido e eu gosto”
Jordi Bargalló não é apenas um dos cinco reforços da Oliveirense. O médio espanhol, ex-Liceo da Corunha, é uma das contratações mais sonantes de sempre
Jordi Bargalló é um nome maior do hóquei mundial. Aos 36 anos, continua a ser genial e é agora da Oliveirense. Há uma semana que treina na pista onde Espanha perdeu o Europeu e que é a sua nova casa
Oliveira de Azeméis recebeu, há pouco mais de um mês, um Europeu que Jordi Bargalló prefere esquecer. Na pista da Oliveirense assistiu à festa portuguesa, que costumava ser sua porque, por Espanha, foi tetracampeão. Agora, regressa mas para escrever uma história diferente. Sorridente, esclarece: “Mudo o chip rapidamente. Quando cheguei, procurei as bandeiras do campeonato, mas já não havia vestígios do Europeu. Perfeito [risos]. O Europeu não correu bem, mas já não há aqui qualquer símbolo. Agora, esta é a minha pista. Estou pronto para novos desafios.”
O repto de jogar em Portugal foi-lhe lançado por um amigo e o médio, que esteve mais de uma década no Liceo da Corunha, onde foi campeão de Espanha (2012/13) e europeu (2002/03,2010/11,2011/2012), ficou interessado. O resto conta ele a O JOGO: “Sempre segui muito o campeonato português, sempre foi muito atrativo, mas a verdade é que nunca pensei que jogaria um dia em Portugal. Aconteceu e estou muito contente. Tudo surgiu através do Ricardo Barreiros, que sabia que as coisas não estavam tão bem no Liceo e, então, falaram comigo, mostraram-me o projeto, achei que era uma boa oportunidade e aceitei. Venho fazer o que mais gosto, o hóquei é uma paixão e quero que os adeptos desfrutem e se sintam orgulhosos da equipa.”
Mudar de país, pela primeira vez, implica uma logística que envolve toda a família, mas Jordi garante: “Estou a gostar”, e a mulher Ana, a filha Gina, de seis anos, e o filho, Jordi, de dois, são o seu principal apoio. Na equipa, “os espanhóis ajudam à adaptação” e voltar a jogar ao lado de Ricardo Barreiros “é um privilégio”. “É um amigo dentro e fora de pista. Temos boas recordações do Liceo e ele é um jogador de nível mundial”, frisa. Do campeonatoportuguêsdizqueé“mais rápido, mais direto” e acrescenta: “E eu gosto, vai ser uma boa experiência. De resto, o objetivo é igual em todo o lado; meter a bola dentro da baliza [risos].”
“As primeiras impressões são excelentes”, afiança Jordi, que adianta: “Gosto da cidade, da humildade do clube, da forma como trabalha.” Os treinos têm sido a doer, deixando ao médio catalão pouco tempo para descobertas. De segunda a sábado, prepara-se para a nova época, o que sobra é para dar tréguas ao corpo. “Na verdade, aos sábados à tarde estou tão cansado que tenho vontade de descansar, mas já estive no Porto e com o tempo vou querer ver mais”, conta. Por agora, falar português tem sido um dos novos desafios: “Estive muito tempo na Galiza, falava galego, então vou tentar o português, se não me sair, resolvo com um sorriso. A minha filha, que tem seis anos e vai para a escola, vai-me ajudar.”