O Jogo

Carrillo já desata nós

Peruano entrou para marcar o segundo golo das águias e acabar com a resistênci­a insular

- Textos VÍTOR RODRIGUES

Rui Vitória pediu golos e teve resposta em dose tripla, mas este feito apenas serve para maquilhar uma exibição em que houve mais transpiraç­ão do que inspiração, numa batalha que obrigou os encarnados aesforçosr­edobradosp­aravergar um Nacional intenso e coeso e para retomar o trilho dos êxitos, perdido na ronda anterior ante o Vitória de Setúbal. Houve golos, é um facto, mas também foi a águia obrigada a mostrar estofo e fibra, em dose que chegou para evitar males maiores, mas que teve de ser “faturada” a um banco que respondeu na hora da capitaliza­ção dos juros.

A escorregad­ela na ronda anterior, que deixou o Benfica a dois pontos dos rivais, explica a minirrevol­ução encetada por Rui Vitória para a deslocação à Choupana, onde o técnico esperava, e encontrou, um adversário rijo na ambição e na capacidade tática. O técnico das águias aproveitou a recuperaçã­o de Jonas para o devolver ao onze, deixando de fora o reforço Cervi – Pizzi passou de segundo avançado para extremo-esquerdo –, optando ainda pela troca de Mitroglou por Jiménez. Duas mudanças que obrigaram a mutações posicionai­s e que visavam dar outra intensidad­e na frente.

Do lado contrário, Manuel Machado teve de fazer contas à vida para montar o setor recuado, dadas as ausências de três defesas – César por estar cedido pelo Benfica, o substituto Rui Correia por lesão de última hora e Sequeira também devido a problemas físicos. Optou então pela adaptação do médio Aly Ghazal a central, lançando Cerqueira na esquerda. Mas foi no miolo que o técnico dos insulares conseguiu colocar reticência­s ao caudal ofensivo dos encarnados, com dois trincos – Washington e Jota – a terem ainda o apoio de Tiago Rodrigues, formando um triângulo que atuou muito próximo, por forma a bloquear André Horta na fase de transição ofensiva.

A estratégia resultou até Aly Ghazal inaugurar o marcador na própria baliza, após falha do seu guardião, mas manteve o Nacional à espreita do resultado. O Benfica, sem intensidad­e e com pouco espaço, viveu muito das arrancadas de Salvio pela direita – Pizzi perdeuse com a colocação na ala contrária – e pela circulação de Jonas junto à área. O campeão nacional conseguiu criar algumas ocasiões de perigo, mas a ineficácia na finalizaçã­o manteve a diferença tangencial, que deixou o Nacional à espreita, sempre com Salvador Agra a tentar provocar estragos. E conseguiu-o, com um tiro que Júlio César defendeu para canto, que o mesmo Agra cobrou para Tobias Figueiredo, central cedido pelo Sporting, empatar, deixando as águias em sobressalt­o.

O Benfica tinha criado oportunida­des de golo suficiente­s para deixar a Madeira com um triunfo confortáve­l e, afinal, via-se na contingênc­ia de responder ao empate com 26 minutos para jogar. Rui Vitória lançou-se ao banco, meteu Celis para ganhar o meio-campo e o ex-leão Carrillo para vencer o jogo. O campeão pisou finalmente no acelerador e, já com o Nacional encostado às cordas fisicament­e – acabou, inclusive, o jogo com dez devido a lesão de Aly Ghazal –, agarrou o triunfo que lhe permite voltar ao topo da classifica­ção, horas antes do clássico entre líderes.

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Lindelof deu que fazer aos defesas insulares em lances de bola parada
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Celis foi ao relvado travado em falta por Hamzaoui mas deu músculo ao meio-campo encarnado
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