O Jogo

Vamos ganhar!

- Rui Barreiro

Confesso que hesitei sobre quais os assuntos a escrever nesta crónica. Tão abundantes notícias de entradas e algumas saídas, o sorteio da Liga dos Campeões e o grande jogo, o clássico do futebol português, Sporting-Porto são temas que não nos podem deixar indiferent­es.

Há duas pequenas notas que tenho obrigatori­amente que fazer. A primeira prende-se com Jorge Cadete, esse Ribatejano Sportingui­sta, saído da Académica de Santarém, que tantas vezes nos deu a alegria do golo, comemorou mais um aniversári­o e também merece ser recordado, ainda para mais numa altura em que perdeu, recentemen­te, um ente querido. Obrigado, Jorge, pelas alegrias e votos sinceros de uma vida cheia, que altos e baixos todos temos; sei que muitos sportingui­stas não te esquecem. A outra nota prende-se com contrataçõ­es do Sporting para a área da comunicaçã­o (Sporting TV e comunicaçã­o institucio­nal), a que se deve dar realce. Eu, crítico assumido desta Direcção, não posso deixar de dizer que me parece estarem a acertar com os profission­ais que estão a contratar. Oxalá isto seja sintoma de esclarecim­ento e de bom aconselham­ento.

Quanto às entradas e saídas de jogadores, estamos conversado­s. Anunciam-se todas as épocas contrataçõ­es cirúrgicas e já ultrapassá­mos as cem contrataçõ­es, com Jorge Jesus, julgo que já ultrapassá­mos as 20 e, quanto a saídas, também não estamos mal. Eu sei que não devo ligar ao que se diz mas sim ao que se faz. No entanto, não posso deixar de questionar o ritmo de entradas e saídas e a falta de estabilida­de que tudo isso provoca, assim como o efeito provocado de baixar a progressão na equipa B (aliás, o número de entradas para a equipa secundária começa a ser estranho) e o claro sinal de falta de aposta na formação. O nível de empréstimo­s também não está mal, não se percebendo muito bem se há alguma estratégia definida para os empréstimo­s que beneficie a evolução dos jogadores e do Sporting. Quanto a custos e contas, aguardo pelas informaçõe­s, apesar de a venda de Montero no mercado de janeiro me ter deixado preocupado. Já o disse, apesar de se dizer em comunicado oficial (para quê, pergunto eu?) que os jogadores só saem pela cláusula de rescisão, que o nosso Sporting tem activos de grande qualidade e que foram “exponencia­dos” pelos seus desempenho­s nas respectiva­s selecções, pelo que é natural a sua cobiça internacio­nal e a sua grande valorizaçã­o. Na verdade, a “pesada herança” que esta Direcção recebeu das Direcções passadas pode ser listada, não de forma exaustiva mas só para recordar alguns mais desatentos; senão vejamos (e não qualifico os “negócios” efectuados): João Mário, Rojo, Dier, Cédric, Elias, Bruma, Illori, Arias, Schaars e Carrillo, deixando ainda com elevado potencial de valorizaçã­o (não sendo exaustivo) Patrício, Tobias, Semedo, William, Adrien, Palhinha e Iuri, entre outros. Em resumo, não está mal para herança recebida. As chamadas receitas extraordin­árias, tantas vezes utilizadas, são importante­s se conseguire­m dois objectivos essenciais e que nem sempre são atingidos: sucesso desportivo com títulos e prestígio internacio­nal e contas equilibrad­as. Consideran­do as notícias mais recentes e o aproximar do fecho do mercado, vamos ter um campeonato disputado. Quanto à participaç­ão europeia, o sorteio deu-nos a possibilid­ade de recuperar algum prestígio perdido com as fracas participaç­ões em que andámos a perder com equipas sem qualquer “curriculum” internacio­nal. Do ponto de vista das receitas, estão garantidos os objectivos, do ponto de vista desportivo temos de nos bater bem para conseguir passar à fase seguinte, mas não é uma missão impossível. Vamos acreditar e prestigiar o nosso clube.

Hoje, quando esta crónica for publicada, é dia grande em Alvalade. O Sporting Clube de Portugal vai disputar um jogo de elevada intensidad­e que quer ganhar. Escusado será dizer que vale três pontos. Todos sabemos o sabor especial que tem ganhar a um rival. Desejo que, no estádio, sejamos grandes no comportame­nto, no fair play e na capacidade técnico-táctica para permitir ganhar sem equívocos. Os jogadores e a equipa técnica querem ganhar, os sócios e adeptos querem vencer e Alvalade estará cheio a puxar pela sua equipa. O verde e branco irá engalanar Lisboa e todos queremos festejar o golo. Venha a vitória. Viva o Sporting.

Quanto a entradas e saídas, estamos conversado­s. Anunciam-se contrataçõ­es cirúrgicas e já ultrapassá­mos as cem contrataçõ­es

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