O Jogo

De estrelas no FC Porto a jogadores banais

- Paulo Baldaia

Aequipa do FC Porto pode parecer banal, com jogadores sem grande valor, incapazes de resolver um jogo com a classe individual. O Porto não é o Real Madrid e não pode, portanto, dar-se ao luxo de comprar o Cristiano Ronaldo e o Gareth Bale, mas quem conhece a história deste clube sabe que foi com jogadores banais que o Futebol Clube do Porto se fartou de ganhar campeonato­s nacionais e algumas competiçõe­s europeias. Alguns desses jogadores banais só deixaram de ser banais depois de ganharem títulos internacio­nais vestidos de azul e branco. Até recentemen­te se viu como um jogador pode ser uma estrela no Porto e eclipsar-se em vicecampeõ­es europeus. Ninguém sabe o que anda a fazer o Falcao e é preciso ir até à China para saber o que anda a fazer o Jackson Martínez. Vamos com calma. Este início de época está a correr melhor do que a encomenda. Eu tinha escrito aqui, em O JOGO, dando conta da minha apreensão sobre a possibilid­ade de não termos percebido a importânci­a deste mês de agosto, mas a verdade é que chegamos a Alvalade só com vitórias. Quem diria? Vitória contra o Rio Ave, contra o Estoril e contra o Roma. Tanto se fala da mística do Porto e ainda há quem não perceba, mesmo entre os adeptos, que na história gloriosa deste clube a mística é fazer das tripas coração. Não é preciso ser um comentador especializ­ado em futebol para perceber que é dos grandes coletivos que nascem os heróis mais improvávei­s. É possível saber agora, no início da época, até onde vão chegar “projetos” como Otávio, André Silva ou Corona, só para falar dos da linha da frente? Não! Mas já dá para ver que quando a equipa se une, procurando o mesmo objetivo, há sempre um deles que se destaca. E não, não é sempre o mesmo. O que se viu em Roma foi uma equipa de classe internacio­nal, sem medo, sempre a cair em cima do adversário, procurando roubar-lhe a bola para contra-atacar e marcar golo. O mérito do FC Porto foi reconhecid­o pelo mundo fora e que os nossos adversário­s internos queiram desvaloriz­ar esta vitória dá para perceber. Nós não temos de fazer o jogo deles. Há até uma grande vantagem na ilusão em que vivem os clubes de Lisboa e a Imprensa que lhes é afeta. Para eles, o Benfica e o Sporting são favoritos e o Porto parte mais atrás. Devem estar convencido­s que os pontos com que terminaram o campeonato anterior transitam para o presente campeonato. Escrevo antes do jogo Nacional-Benfica e o que sei é que, à segunda jornada, o superfavor­ito Benfica já estava a dois pontos do Porto. E onde é que se agarraram os jornais da Segunda Circular? Ao facto de o Benfica estar melhor este ano do que estava o ano passado. É bem verdade. Há um ano tinham perdido um jogo e ganho outro. Continuem assim. Nós vamos a Alvalade para ganhar!

“A verdade é que chegamos a Alvalade só com vitórias. Quem diria?” “O que se viu em Roma foi uma equipa de classe internacio­nal, sem medo, sempre a cair em cima do adversário”

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