QUINTANA NO ACERTO DE CONTAS COM FROOME
Duelo do Tour migrou para a Volta a Espanha e Nairo Quintana mostrou-se acima dos rivais. Lagutin venceu em La Camperona e José Mendes atrasou-se
Primeira ronda de um ciclo de três etapas montanhosas, que prossegue hoje com o Naranco e chega amanhã aos Lagos de Covadonga, fortaleceu o favoritismo de Nairo Quintana, o novo líder
O duelo que se esperava e que verdadeiramente não houve na última Volta a França deu-se, por fim, nas inclinadas rampas de La Camperona (província de Leão), na oitava etapa da Volta a Espanha. O colombiano Nairo Quintana, terceiro do Tour, e “sombra” de Chris Froome na prova francesa, foi desta vez o mais forte dos favoritos na subida e contra-atacou o rival britânico que, após ser o principal instigador dos ataques, claudicou no final e acabou como grande derrotado da jornada. A sentença foi pesada para Froome dado que o madrileno Alberto Contador, com a continuidade em dúvida após a queda da véspera, aproveitoulhe a fragilidade – e de todo o coletivo da Sky – para o anteceder no risco.
A viagem até La Camperona, tal como em 2014, consagrou uma fuga consentida – 11 homens adiantaram-se ao pelotão para coroar, no alto, o russo Sergey Lagutin (Katusha), mais um “estreante” a vencer em Grandes Voltas.
A “segunda corrida” nas mesmas rampas, após a passagem dos fugitivos do dia, deu-se minutos mais tarde, com o desfile dos favoritos liderados por Froome. Mas o vencedor do Tour, que partiu à ofensiva, quebrou a pouco mais de um quilómetro do alto, permitindo o contraataque de Nairo Quintana, que assumiu a liderança da geral individual, dado que o compatriota Atapuma (BMC) cedo se viu arredado da discussão. “O objetivo principal era ganhar tempo aos adversários. E conseguimos. Fico satisfeito porque hoje [ontem] fiz a diferença e fui melhor do que eles”, comentou Quintana. “Quando me vi com pernas para ultrapassar o Froome, não hesitei”, disse Contador, entre os candidatos, o mais prejudicado na classificação. Nas contas do dia, o novo camisola vermelha da Vuelta ganhou 25 segundos a Alberto Contador (subiu a sétimo) e 35 segundos a Froome, terceiro da geral, atrás de Alejandro Valverde, plano B da Movistar.
Na véspera de novo esforço montanhoso, com final no Alto de Naranco, em Oviedo, José Mendes (Bora) manteve-se como melhor português na geral. O campeão de Portugal foi 45.º – chegou com o mesmo tempo de Esteban Chaves, outro dos derrotados da etapa – mas retrocedeu do 21.º ao 28.º lugar da classificação.