REI DAS BOLAS PARADAS PROVOU DO SEU VENENO
O Benfica é o grande do futebol nacional que mais golos marcou em lances como cantos e livres diretos ou indiretos nas últimas cinco épocas, mas anteontem foi abatido com essa arma
Desde 2012/13, e excluindo os penáltis, as águias festejaram 50 golos na sequência de lances de bola parada, superando dragões e leões. Esta época, porém, já sofreram mais do que conseguiram faturar
O feitiço virou-se contra o feiticeiro, o que equivale a dizer que a arma com que o Benfica tem abatido adversários nas provas nacionais foi anteontem empunhada pelo Nápoles para dizimar a defesa encarnada. O Benfica temível quando a bola pára virou presa em três dos quatro golos encaixados no Estádio San Paolo, onde o campeão nacional sofreu o sétimo golo da época, num total de nove, em lances de bola parada. Porém, a nível interno ainda reina neste capítulo particular.
Se a goleada sofrida em Nápoles, por sinal a mais pesada que as águias encaixaram numa fase de grupos da Ligados Campeões, deixou a nu fragilidades no bloqueio das bolas paradas contrárias esta época, fazendo a análise contrária percebe-se que o Benfica lidera na eficácia em termos nacionais, sendo, entre os grandes, aquele que mais golos fez desta forma, como se percebe pela análise das cinco últimas temporadas, incluindo a atual.
A ordenação nesta “competição”, excluindo as grandes penalidades, até pela alta probabilidade de concretização – mesmo com castigos máximos, a ordem classificativa mantém-se, refira-se –, apresenta o Benfica no topo com um total de 50 golos concretizados na sequência de pontapés de canto, livres diretos ou indiretos e lançamentos de linha lateral, surgindo os dragões na perseguição com apenas menos uma concretização, à frente de um Sporting que está bem distante, somando os leões apenas 37 golos neste capítulo.
Só esta temporada, as águias de Rui Vitória já festejaram cinco golos na sequência de lances de bola parada – mais um se for considerado o penálti convertido frente ao Vitória de Setúbal –, dois deles concretizados no triunfo por 2-0 na última jornada do campeonato, em Chaves. Antes, Tondela, Nacional e ainda Arouca haviam experimentado a capacidade concretizadora em jogadas deste tipo por parte dos encarnados, que têm vivido muito dos livres e cantos de Grimaldo (três assistências) e Pizzi (duas e um golo), dupla que construiu, por exemplo, o segundo golo em Chaves. Olhando para a concorrência, tanto FC Porto como Sporting levam apenas três finalizações com esta arma, tendo os dragões ainda uma grande penalidade no currículo da atual campanha.
Laboratório: águias chegaram à meia centena de tiros certeiros desde 2012/13