O Jogo

Vitória na Taça trouxe várias boas notícias

- José João Torrinha

Quarta-feira foi um dia de boas notícias. A melhor notícia de todas foi, desde logo, a do resultado de dois a zero na primeira mão da meia-final da Taça. Ganhar em casa sem sofrer golos é sempre bom. Fazê-lo por mais de um golo, melhor ainda.

Note-se: a boa notícia não foi a de já estarmos apurados para a final. Não estamos. Estamos tão somente no intervalo de uma eliminatór­ia. Se começássem­os a pensar que já lá estávamos, isso seria, ao contrário, uma péssima notícia, pois seria o primeiro passo para o desastre.

Mas voltemos às boas notícias. A equipa está melhor. Num jogo em que defrontamo­s um clube com muito valor, a equipa portou-se bem. A dupla Zungu – Celis começa a entender-se e a funcionar melhor. A solução Marega na frente de ataque mostrou que Pedro Martins é um treinador atento e percebeu que o vitória sem Soares pode muito bem ter de ser um Vitória diferente e não necessaria­mente pior. Diferente.

Isto tudo para dizer que uma muito boa notícia para os vitorianos foi a de que a equipa parece estar a sair da momentânea crise e a reinventar-se de regresso a um conjunto quiçá menos espetacula­r, mas mais sólido.

A primeira mão da meiafinal foi daqueles jogos em que a tendência natural é o destaque ir inteirinho para um jogador. E é justo. Hernâni mostrou pela enésima vez que se não tiver uma carreira ao mais alto nível só o fica a dever a si próprio, porque o talento, esse, está lá todo.

Mas se essa é a tendência, contrariem­o-la, falando daqueles outros, mais discretos, mas nem por isso menos importante­s para o resultado final. Apetece-me, por isso, falar de Pedro Henrique, um centralão, um jogador que muito raramente falha, que joga bem de cabeça, mas sobretudo com a cabeça, que conhece as suas limitações e contorna-as com enorme naturalida­de. De Konan, a caminho de se tornar um dos melhores laterais do nosso campeonato. De Celis, que fez o melhor jogo desde que chegou. De Tozé, que, com aquele passe para o segundo golo mostrou que nos está a dever muitos mais lances como esse. E de Zungu, que está a crescer a olhos vistos e que, num lance pouco comentado, ao minuto 92 se atirou literalmen­te para a frente do jogador do Chaves que rematava dentro da nossa área, evitando o golo adversário. Um lance como esse vale tanto como um golo marcado.

Dito isto, espero que os nossos entrem em campo mais logo com confiança, porque futebolist­icamente falando não ficamos a dever nada a este Sporting. Há três resultados possíveis, mas espero acima de tudo que a exibição comprove este cresciment­o da equipa, juntando essa às já referidas boas notícias.

Uma nota final para a numerosa falange flaviense que se apresentou no D. Afonso Henriques a apoiar fervorosam­ente o clube da sua terra. Fossem todos como nós e eles, e este seria segurament­e um campeonato diferente para muito melhor.

A equipa do Vitória deu sinais de estar a sair da momentânea crise e a reinventar-se como conjunto mais sólido

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