O Jogo

“Só com mais adeptos podemos ser campeões”

António Pedro Peixoto, também conhecido por Pli, arranca confiante para as eleições à presidênci­a e promete multiplica­r o número de apoiantes do Braga, um gigante que “estagnou”

- PEDRO ROCHA

Apostado em fazer uma campanha pacífica, Pli quer colocar escadas rolantes nas bancadas da Pedreira, criar uma fundação e ressuscita­r um hábito antigo através do “caminho dos guerreiros”

Dependente do voto deles para derrotar António Salvador nas eleições do Braga, em maio, António Pedro Peixoto (apelidado de Pli) aposta tudo nos adeptos descontent­es, certo de que esses representa­m a maioria. Em entrevista exclusiva a O JOGO, na véspera de oficializa­ra candi da turaàp residência, o advogado de 40 anos revela o que tem em mente. Desde que assumiu a presidênci­a do Braga [2003], António Salvador saiu sempre vencedor de atos eleitorais, ora por aclamação, ora através de votação. As hipóteses de inverter essa tendência são reduzidas? —São grandes, porque o Braga estagnou. Quem conhece o clube, sabe que será perfeitame­nte possível a minha vitória. Caso contrário, nem me candidatav­a. Numa entrevista a O JOGO em dezembro, o atual presidente anunciou que se recandidat­aria para concluir a obra da Academia durante o próximo mandato. Quais são os seus projetos? —O maior património do Braga são os adeptos; só depois vêm os jogadores, a academia ou o presidente. Sinto que os adeptos estão descontent­es com o estádio e a forma como estão a ser tratados. Projeto por isso dotar o nosso estádio de novos equipament­os. A nossa primeira medida será a colocação de escadas rolantes nas bancadas. O meu pai costumava assistir aos jogos do Braga no estádio e deixou de ir. Quero que o clube e a cidade desenvolva­m uma relação forte, porque ela simplesmen­te não existe. Dentro dessa lógica, pretendo criar uma fundação, de cariz social, que atribuirá bolsas de estudo a atletas e a jovens estudantes. E também quero recuperar aquilo que se fazia na cidade: no dia dos jogos, as pessoas juntavam-se no centro e iam a pé até ao estádio. Esse trajeto será recuperado e vai chamar-se “caminho dos guerreiros”. Já em relação à Academia, apoio essa obra, mas tenho medo de que possa hipotecar o futuro. Além de o custo ser pesado [20 milhões de euros], não foram dadas informaçõe­s sobre o seu orçamento anual. Durante a campanha, será um desafiador? —Não me vão ouvir uma única crítica à atual Direção. Desafio António Salvador somente para um debate. Seria benéfico para o clube um debate de ideias. Seremos muito transparen­tes e, dentro desse conceito, saberemos quem comprou as ações [17%] que pertenciam à Câmara Municipal. Não saber isso é impensável: o clube deve fazer tudo para desvendar esse mistério. Acha que o Braga estará em condições de conquistar o título dentro de quatro anos, como estimou o atual presidente? —O Braga só poderá ser campeão depois de serem implementa­das as medidas que elenquei. Como estão as coisas, será impossível. A média de assistênci­as no nosso estádio é muito baixa. Os adeptos que acompanham a equipa, e eu estou entre eles, são os melhores do mundo, mas somos poucos. O clube precisa de ter mais gente mobilizada e Braga, sendo a terceira maior cidade do país, tem potencial.

“A nossa primeira medida será a colocação de escadas rolantes nas bancadas do estádio” “Saberemos quem comprou as ações que pertenciam à Câmara Municipal: não saber isso é impensável”

António Pedro Peixoto

Candidato à presidênci­a do Braga

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