Brahimi mostra o lado... A
Argelino continua a desequilibrar jogos sem ser tão egoísta ou agarrar-se em demasia à bola. Em Arouca, não fez um único remate à baliza e foi o melhor em campo
Extremo ofereceu dois golos (Danilo e Jota) na última partida e ainda deixou Soares por duas vezes na cara de Bracali. Desde que chegou ao FC Porto, só Layún tem mais assistências
Brahimi está diferente. Para melhor, dirá a maioria dos adeptos do FC Porto, e as exibições do argelino comprovamno. Em Arouca, foi o desequilibrador de serviço, colocando toda a sua criatividade ao serviço da equipa. Eé aqui que reside a grande mudança que Nuno Espírito Santo conseguiu operar em Brahimi, tantas e tantas vezes acusado de egoísmo e de se agarrar em demasia à bola. Depois de um início de época afastado das opções, aos poucos foi surgindo a nova versão do argelino, uma versão bem mais altruísta. A partida em Arouca ajuda a explicar o que escrevemos: Brahimi ofereceu dois golos – a Danilo e Diogo Jota – fez ainda quatro passes para ocasião, ou seja em que deixou os companheiros em boa posição para finalizar (Soares foi isolado por ele duas vezes, por exemplo), foi bem sucedido em sete dos dez dribles que realizou e chegou ao fim do jogo como o melhor em campo. Pode dizer-se que lhe faltou o golo para coroar uma noite em grande, mas para isso era preciso que tivesse rematado e o argelino nem por uma vez o fez, preferindo sempre servir os companheiros. Há ainda outro dado importante: o número de passes. Com o Arouca fez 46 e como Nacional foram 37. A média até então era de 19,5 por jogo... Além desta “generosidade”, nos últimos tempos tem sido notória a capacidade para ajudar o lateral a defender, fazendo pressão alta e recuperando bolas que permitam transições rápidas à equipa.
Brahimi ainda só fez três assistências esta temporada, mas já soma 18 desde que assinou pelo FC Porto há quase três temporadas. Só Layún tem um registo superior. O mexicano leva 22. Em Arouca, Brahimi ofereceu dois golos e ultrapassou Herrera nesse capítulo. Tem ainda quatro golos, conseguidos em 21 remates, 11 dos quais levaram a direção das balizas contrárias.
Foi a partir de novembro do ano passado que Brahimi agarrou as oportunidades dadas por Nuno Espírito Santo, reafirmando-se como indispensável na equipa, como acontecera nas épocas anteriores. Em dezembro faria dois golos e uma assistência em apenas três jogos. Pouco depois seguiu para a CAN, mas ao contrário de 2015 voltou ainda com mais pujança. Além de desequilibrador, tem ainda funcionado como uma espécie de talismã já que com ele a titular o FC Porto ganhou oito de nove jogos, empatando apenas em Tondela, na 5.ª jornada.
André Silva, frente ao Marítimo, Danilo e Diogo Jota com o Arouca foram os beneficiários das assistências de Brahimi que, pelo FC Porto, nunca tinha oferecido dois golos na mesma partida