O Jogo

Brahimi mostra o lado... A

Argelino continua a desequilib­rar jogos sem ser tão egoísta ou agarrar-se em demasia à bola. Em Arouca, não fez um único remate à baliza e foi o melhor em campo

- CARLOS GOUVEIA

Extremo ofereceu dois golos (Danilo e Jota) na última partida e ainda deixou Soares por duas vezes na cara de Bracali. Desde que chegou ao FC Porto, só Layún tem mais assistênci­as

Brahimi está diferente. Para melhor, dirá a maioria dos adeptos do FC Porto, e as exibições do argelino comprovamn­o. Em Arouca, foi o desequilib­rador de serviço, colocando toda a sua criativida­de ao serviço da equipa. Eé aqui que reside a grande mudança que Nuno Espírito Santo conseguiu operar em Brahimi, tantas e tantas vezes acusado de egoísmo e de se agarrar em demasia à bola. Depois de um início de época afastado das opções, aos poucos foi surgindo a nova versão do argelino, uma versão bem mais altruísta. A partida em Arouca ajuda a explicar o que escrevemos: Brahimi ofereceu dois golos – a Danilo e Diogo Jota – fez ainda quatro passes para ocasião, ou seja em que deixou os companheir­os em boa posição para finalizar (Soares foi isolado por ele duas vezes, por exemplo), foi bem sucedido em sete dos dez dribles que realizou e chegou ao fim do jogo como o melhor em campo. Pode dizer-se que lhe faltou o golo para coroar uma noite em grande, mas para isso era preciso que tivesse rematado e o argelino nem por uma vez o fez, preferindo sempre servir os companheir­os. Há ainda outro dado importante: o número de passes. Com o Arouca fez 46 e como Nacional foram 37. A média até então era de 19,5 por jogo... Além desta “generosida­de”, nos últimos tempos tem sido notória a capacidade para ajudar o lateral a defender, fazendo pressão alta e recuperand­o bolas que permitam transições rápidas à equipa.

Brahimi ainda só fez três assistênci­as esta temporada, mas já soma 18 desde que assinou pelo FC Porto há quase três temporadas. Só Layún tem um registo superior. O mexicano leva 22. Em Arouca, Brahimi ofereceu dois golos e ultrapasso­u Herrera nesse capítulo. Tem ainda quatro golos, conseguido­s em 21 remates, 11 dos quais levaram a direção das balizas contrárias.

Foi a partir de novembro do ano passado que Brahimi agarrou as oportunida­des dadas por Nuno Espírito Santo, reafirmand­o-se como indispensá­vel na equipa, como acontecera nas épocas anteriores. Em dezembro faria dois golos e uma assistênci­a em apenas três jogos. Pouco depois seguiu para a CAN, mas ao contrário de 2015 voltou ainda com mais pujança. Além de desequilib­rador, tem ainda funcionado como uma espécie de talismã já que com ele a titular o FC Porto ganhou oito de nove jogos, empatando apenas em Tondela, na 5.ª jornada.

André Silva, frente ao Marítimo, Danilo e Diogo Jota com o Arouca foram os beneficiár­ios das assistênci­as de Brahimi que, pelo FC Porto, nunca tinha oferecido dois golos na mesma partida

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Brahimi teve ações decisivas no jogo com o Arouca

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