O Jogo

É A JUVE E MAIS DEZ

DESTA VEZ FOI MAXI A FAZER-SE EXPULSAR E A ENCERRAR A ELIMINATÓR­IA AOS 40 MINUTOS Desde 2002 que não havia “quartos” da Champions sem equipas portuguesa­s Em 2017/18 só haverá um clube apurado diretament­e e outro nas eliminatór­ias

- Textos CARLOS MACHADO

Nuno “Com onze, não sofremos golos”

A missão do FC Porto era quase impossível depois da derrota no Dragão, mas cabia-lhe a obrigação de tentar fazer algo de positivo. Conseguiu-o em parte, apesar de ter voltado a perder, desta vez apenas por uma bola, e de ter voltado a jogar em inferiorid­ade numérica, por expulsão de Maxi, durante toda a segunda parte. Satisfeita com a vantagem conseguida, a Juventus abrandou a pressão, assumiu uma postura cautelosa e até permitiu que, mesmo em inferiorid­adenuméric­a, Soares e Diogo Jota aparecesse­m isolados frente a Buffon. Ambos olharam para ele antes de escolher o lado, nenhum enquadrou a bola com a baliza. Este foi um daqueles jogos estranhos em que há uma equipa que perde e quase pode permitir-se a liberdade de afirmar que não saiu derrotada.

Mas similia no Allegrimon­tou aJuventus no formato habitual,comum a defesa de quatro homens, doismédi os-defensivos que sabem jogara bola e um quarteto virado para o ataque com um dos pontas de lança (Mandzukic) escondido a partir da esquerda. Ou seja, entrou com uma equipa formatada mais para ganhar do que para controlar. Nuno Espírito Santo respondeu com um esquema que tinha como semelhança um avançadoce­ntro encostado a uma linha (André Silva), procurando jogar apoiado, defender bem e ter bola. Essa era uma preocupaçã­o evidente e posta em prática após uma entrada forte da Juve. O FC Porto conseguiu dividir o jogo, obrigou a Juventus a defender e, depois, quando perdia a bola em zonas altas exibia um esquema defensivo super interessan­te, posicionan­do-se numa primeira fase em 4x1x4x1 e exercendo uma pressãoméd­ia/altaquenom­omento certo baixava, cabendo aÓ li ver e André Andréjun tarem-seaD anilo, enquanto André Silva eBrahi mi fechavam as alas. Um esquema interessan­te que só a criativida­de de Dybala conseguia burlar de vez em quando.

A Juventus chegou à vantagem duplamente de bola parada. Dybala marcou de penálti, mas o pecado tinha acontecido antes, quando Mandzukic, na sequência de um canto, cabeceou sem ser apertado – já antes o fizera –e a defesa de Casillas possibilit­ou a recarga de Higuaín contra os braços de Maxi, que se atirou para a frente para tentar levar com a bola. Um erro repetido (o cabeceamen­to) que à terceira correu mal, porque antes Casillas parara uma cabeçada do mesmo Mandzukic e outra passara rente ao poste.

Nuno reorganizo­u a equipa para segunda metade. André Silva foi sacrificad­o para recompor a defesa. Layún passou para a direita, Boly entrou para o lado de Felipe e Marcano foi para defesa-esquerdo. O meiocampo passou a jogar numa espécie de losango em que Brahimi, pelo meio, tentava juntarse a Soares e ir transforma­ndo o4x4x1em4x­3x2.N essa altura, o FC Porto esqueceu a eliminatór­ia e jogou mais tranquilo. É certo que beneficiou com a atitude da Juventus, talvez a equipa mais capaz nesta altura de pôr em prática as virtudes históricas do futebol italiano. Tinha um resultado agradável, a eliminatór­ia resolvida e baixou a pressão, aceitando jogar num ritmo lento, o que permitiu aos portistas jogarem de igual para igual mesmo com dez.

 ??  ?? Soares isolou-se, enfrentou Buffon, tirou as medidas à baliza, mas atirou ao lado. Foi por um Tiquinho...
Soares isolou-se, enfrentou Buffon, tirou as medidas à baliza, mas atirou ao lado. Foi por um Tiquinho...
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 ??  ?? Depois de Soares falhar na cara de Buffon, foi Jota a também errar o alvo. O FC Porto quase marcou em Turim
Depois de Soares falhar na cara de Buffon, foi Jota a também errar o alvo. O FC Porto quase marcou em Turim
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