É A JUVE E MAIS DEZ
DESTA VEZ FOI MAXI A FAZER-SE EXPULSAR E A ENCERRAR A ELIMINATÓRIA AOS 40 MINUTOS Desde 2002 que não havia “quartos” da Champions sem equipas portuguesas Em 2017/18 só haverá um clube apurado diretamente e outro nas eliminatórias
Nuno “Com onze, não sofremos golos”
A missão do FC Porto era quase impossível depois da derrota no Dragão, mas cabia-lhe a obrigação de tentar fazer algo de positivo. Conseguiu-o em parte, apesar de ter voltado a perder, desta vez apenas por uma bola, e de ter voltado a jogar em inferioridade numérica, por expulsão de Maxi, durante toda a segunda parte. Satisfeita com a vantagem conseguida, a Juventus abrandou a pressão, assumiu uma postura cautelosa e até permitiu que, mesmo em inferioridadenumérica, Soares e Diogo Jota aparecessem isolados frente a Buffon. Ambos olharam para ele antes de escolher o lado, nenhum enquadrou a bola com a baliza. Este foi um daqueles jogos estranhos em que há uma equipa que perde e quase pode permitir-se a liberdade de afirmar que não saiu derrotada.
Mas similia no Allegrimontou aJuventus no formato habitual,comum a defesa de quatro homens, doismédi os-defensivos que sabem jogara bola e um quarteto virado para o ataque com um dos pontas de lança (Mandzukic) escondido a partir da esquerda. Ou seja, entrou com uma equipa formatada mais para ganhar do que para controlar. Nuno Espírito Santo respondeu com um esquema que tinha como semelhança um avançadocentro encostado a uma linha (André Silva), procurando jogar apoiado, defender bem e ter bola. Essa era uma preocupação evidente e posta em prática após uma entrada forte da Juve. O FC Porto conseguiu dividir o jogo, obrigou a Juventus a defender e, depois, quando perdia a bola em zonas altas exibia um esquema defensivo super interessante, posicionando-se numa primeira fase em 4x1x4x1 e exercendo uma pressãomédia/altaquenomomento certo baixava, cabendo aÓ li ver e André Andréjun tarem-seaD anilo, enquanto André Silva eBrahi mi fechavam as alas. Um esquema interessante que só a criatividade de Dybala conseguia burlar de vez em quando.
A Juventus chegou à vantagem duplamente de bola parada. Dybala marcou de penálti, mas o pecado tinha acontecido antes, quando Mandzukic, na sequência de um canto, cabeceou sem ser apertado – já antes o fizera –e a defesa de Casillas possibilitou a recarga de Higuaín contra os braços de Maxi, que se atirou para a frente para tentar levar com a bola. Um erro repetido (o cabeceamento) que à terceira correu mal, porque antes Casillas parara uma cabeçada do mesmo Mandzukic e outra passara rente ao poste.
Nuno reorganizou a equipa para segunda metade. André Silva foi sacrificado para recompor a defesa. Layún passou para a direita, Boly entrou para o lado de Felipe e Marcano foi para defesa-esquerdo. O meiocampo passou a jogar numa espécie de losango em que Brahimi, pelo meio, tentava juntarse a Soares e ir transformando o4x4x1em4x3x2.N essa altura, o FC Porto esqueceu a eliminatória e jogou mais tranquilo. É certo que beneficiou com a atitude da Juventus, talvez a equipa mais capaz nesta altura de pôr em prática as virtudes históricas do futebol italiano. Tinha um resultado agradável, a eliminatória resolvida e baixou a pressão, aceitando jogar num ritmo lento, o que permitiu aos portistas jogarem de igual para igual mesmo com dez.