O Jogo

IAM ASSALTAR E ACABARAM PRESOS EM CASA

TROPEÇÃO FC Porto não aproveitou o deslize do Benfica e vai à Luz a olhar para cima. V. Setúbal com sorte no golo e muito antijogo que irritou o Dragão. Corona fez um golaço

- Textos CARLOS GOUVEIA

Grande primeira parte com uma mão-cheia de golos desperdiça­dos. Os sadinos deram um soco no estômago e, depois, faltou critério ao FC Porto. Chuveirinh­o não resultou. Quatro pontos roubados pelo V. Setúbal O FC Porto falhou o assalto ao primeiro lugar porque pecou na finalizaçã­o na primeira e não teve capacidade para acordar depois de João Carvalho ter feito o empate no único lance de verdadeiro perigo que o V. Setúbal dispôs no Dragão. Felipe escorregou quando reagiu ao passe de Nuno Pinto para o extremo emprestado pelo... Benfica – a ironia do futebol – e depois foi toda a equipa a deslizar em campo, incapaz de repetir a intensidad­e dos primeiros 45 minutos. Conclusão, é a perseguir que o FC Porto se dá melhor: falhou na primeira oportunida­de de se isolar na frente do campeonato e de deixar o Benfica a olhar para cima. E falhou em casa, onde só tinha perdido dois pontos até ontem. Nem o incrível apoio dos adeptos foi suficiente e ficou tudo na mesma no campeonato a duas semanas do clássico na Luz.

Sem surpresa, Nuno apostou em Corona para o lugar do castigado André André, dando profundida­de em ambas as alas. O V. Setúbal cedo mostrou ao que ia: tenta rum pontinho e apostar na irritação do adversário com constantes perdas de tempo. Aos 20’, já o guarda-redes dos sadinos tinha pedido assistênci­a por duas vezes. Esse vírus contagiou toda a equipa. A estratégia acabou por resultar porque foi enervando os jogadores do FC Porto à medida que o relógio avançava. Mas isso foi depois do tal golo caído do céu de João Carvalho.

Puxando o filme atrás, o tropeção do Benfica na Mata Real entusiasmo­u os portistas que assinaram uma primeira parte de grande categoria, com sucessivas ocasiões de golo, ora salvas por Bruno Varela, ora devolvidas pelos ferros ou então tiradas em cima da linha por defesas. A verdade é que o FC Porto podia ter ido para o descanso com uma mão-cheia de golos. Mas só marcou um e já quando o quarto árbitro mostrava a placa dos cinco minutos de compensaçã­o pelas tais perdas de tempo do visitante. Frederico Venâncio cortou mal uma bola, deixando-a em Óliver. Este levantou a cabeça e ofereceu a Corona a oportunida­de de assinar um golaço neste regresso ao onze. Além dos festejos, ouviu-se claramente o Dragão respirar de alívio. O primeiro já lá estava e, a manter-se a exibição, a goleada acabaria por surgir, como nos últimos jogos.

Pura ilusão porque este campeonato tem um guião original com sucessivas reviravolt­as na história. A deste jogo deu-se aos 56’, depois de uma reentrada em campo muito mais lenta por parte do FC Porto, que queria controlar como fez em Arouca antes de dar o golpe final. A liderança durou um quarto de hora e foi tirada por um jogador do Benfica. Nuno respondeu com a entrada de Diogo Jota. O ritmo voltou a acelerar um pouco, as bolas metidas na área sucederam-se, mas a dupla de centrais do V. Setúbal esteve irrepreens­ível nessa altura e nas alturas... André Silva ainda acertou no poste e Brahimi atirou de primeira a tirar tinta à barra. Foram as melhores ocasiões de um FC Porto que acabou a fazer “chuveirinh­o” já com o gigante Depoitre em campo.

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Diogo Jota bem tentou dinamizar o ataque portista
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