EXIBIÇÃO DE JÉSSICA AINDA FOI O MELHOR
Atleta do Sporting foi sétima na Meia Maratona de Lisboa, tendo sido forçada a liderar para aumentar o ritmo das estrelas africanas...
A “meia” de Lisboa prometia muito, dado o palmarés das atletas que tinha na partida, mas as corridas foram uma desilusão, com tempos abaixo do que é normal naquele traçado
A etíope Mare Dibaba, com 1h09m43s, e o neozelandês Jake Robertson, com 1h00m01s, venceram a MeiaMaratona de Lisboa. Mas os tempos de ambos, apesar de não serem de baixo nível, ficam aquém do valor do naipe de atletas que a prova lisboeta teve na linha de partida. Confirmou-se que nem sempre o potencial dos atletas ditos de elite é colocado no asfalto, pois será preciso recuar a 2007 em homens e 2008 em mulheres para encontrar registos mais lentos que os dos dois vencedores de ontem. Foi mesmo uma portuguesa, Jéssica Augusto – que acabou em sétimo, com 1h10m38s – a perceber e a tentar terminar com o marasmo que se tinha instalado na prova, que na antevéspera tinha sido anunciada como de ataque ao recorde mundial. Pura retórica.Por isso Jéssica optou, logo aos mil metros, por colocar-se na cabeça do grupo para espevitar o andamento que as africanas teimavam manter frouxo. “Surpreende-me como é que há atletas de nível mundial, como as africanas, que vêm cá e se limitam a correr para ganhar”, queixou-se Jéssica, justificando a sua tomada de decisão, arriscada, de ser “lebre” das medalhadas olímpicas Dibaba, Cheruiyot e companhia… A pupila de Nogueira da Costa manteve-se firme até ao 15.º quilómetro. “Depois, até ao fim, fiquei sozinha e paguei por isso”, confessou, apenas contente com o teste que fez para a Maratona de Hamburgo, a 23 de abril: “Sinto que estou no bom caminho”.
“Surpreende-me como é que há atletas que se limitam a correr para ganhar”
Jéssica Augusto
7.ª classificada