O Jogo

Ideia traída O

Portistas entraram a todo o gás mas cederam ao desespero cedo de mais

- Carlos Machado carlos.machado@ojogo.pt

FC Porto desperdiço­u a oportunida­de de se deslocar à Luz na condição de líder isolado por não sido uma equipa adulta o suficiente para o conseguir. A pressão de ganhar foi encarada com naturalida­de, a entrada ao ataque com toda a artilharia disponível, bem como o massacrar constante até conseguir o golo (e que golo!) foram as atitudes esperadas da parte de um candidato ao título empolgado pela perspetiva de recuperar oito pontos ao Benfica, rival direto, antes de o defrontar. Inesperado foi deixar-se acometer por uma completa falta de discernime­nto após sofrer o empate. A inegociáve­l ideia de jogo foi apunhalada de uma forma estranha e precipitad­a. A equipa portista deixou de jogar como pode e sabe e optou por despejar cruzamento­s para a área. O cabeceamen­to de André Silva ao ferro terá iludido o grupo, que continuou a querer muito mas a fazê-lo de forma errada. Com um ideal mas sem uma boa ideia, o FC Porto deixou-se embrulhar, fez o que o adversário pedia e era tudo quanto não lhe interessav­a. Face a tão gritante descontrol­o, a entrada de Depoitre, aparenteme­nte sem sentido, porque, claramente, ele não joga o futebol da equipa, acabou por ser justificad­a, mas apenas pela desistênci­a da ideia e pela precipitad­a cedência ao desespero. Antes tinham entrado dois desequilib­radores e o resultado foi o mesmo. É da mais elementar justiça recordar que este Vítor de Setúbal se intrometeu à grande nesta luta a dois: na totalidade dos confrontos com FC Porto e Benfica, em 12 pontos possíveis roubou-lhes nove.

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