Ideia traída O
Portistas entraram a todo o gás mas cederam ao desespero cedo de mais
FC Porto desperdiçou a oportunidade de se deslocar à Luz na condição de líder isolado por não sido uma equipa adulta o suficiente para o conseguir. A pressão de ganhar foi encarada com naturalidade, a entrada ao ataque com toda a artilharia disponível, bem como o massacrar constante até conseguir o golo (e que golo!) foram as atitudes esperadas da parte de um candidato ao título empolgado pela perspetiva de recuperar oito pontos ao Benfica, rival direto, antes de o defrontar. Inesperado foi deixar-se acometer por uma completa falta de discernimento após sofrer o empate. A inegociável ideia de jogo foi apunhalada de uma forma estranha e precipitada. A equipa portista deixou de jogar como pode e sabe e optou por despejar cruzamentos para a área. O cabeceamento de André Silva ao ferro terá iludido o grupo, que continuou a querer muito mas a fazê-lo de forma errada. Com um ideal mas sem uma boa ideia, o FC Porto deixou-se embrulhar, fez o que o adversário pedia e era tudo quanto não lhe interessava. Face a tão gritante descontrolo, a entrada de Depoitre, aparentemente sem sentido, porque, claramente, ele não joga o futebol da equipa, acabou por ser justificada, mas apenas pela desistência da ideia e pela precipitada cedência ao desespero. Antes tinham entrado dois desequilibradores e o resultado foi o mesmo. É da mais elementar justiça recordar que este Vítor de Setúbal se intrometeu à grande nesta luta a dois: na totalidade dos confrontos com FC Porto e Benfica, em 12 pontos possíveis roubou-lhes nove.